Interessante como as medidas adotadas para inibir a corrupção eleitoral de nada adiantaram. Diziam, e ouvi de diversas bocas tidas como sapientes, que o financiamento público iria barrar a maioria das iniciativas de corrupção. Não foi assim. Na eleição passada, inclusive no partido que elegeu o presidente, hoje sem partido, o que deu de maracutaia de “venda” de financiamento ultrapassou os limites. Agora, o Senado desavergonhado pela mancha de políticos como Renan Calheiros, Osmar Aziz, Jáder Barbalho, David Alcolumbre, entre outros, aprova um controverso aumento na verba do fundo eleitoral, que passará a ser de quase R$ 6 bilhões em 2022. O senador Cid Gomes (PDT) foi o único dos três que votou pelo aumento. Eduardo Girão (Podemos) e Tasso Jereissati (PSDB) ficaram contra. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) segue agora para a sanção do presidente Jair Bolsonaro.

É constrangedor admitir, mas o financiamento público vai ter de navegar muito para ter a validade que se esperava. Por enquanto, os desonestos de sempre arranjaram outra forma de continuar enchendo os bolsos, manipulando a divisão da verba pública e ainda enfiando a faca nos empresários ávidos de “favores”. Nenhuma lei vai prosperar em avanços moralizadores se antes não for realizada uma profunda reforma política, que envolva fundamentalmente os partidos e o sistema eleitoral.