Faltou assessoria e ponderação. Predominou o estouvamento e o espírito oligarca. Resultado: pior a emenda que o soneto. Se tudo poderia estar diluído no universo das outras denúncias – já que são tantas, o estrebuchado individualizou o caso do governador do Ceará, Cid Gomes (Pros) no bojo das denúncias do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, sobre o mega esquema de propina da Petrobras. Primeiro, veio a negação impensada. Foi a publicada a foto da reunião do governador cearense com o ex-diretor como participante. A arrogância fez o clã recorrer à Justiça para garantia da presunção de inocência no caso.

A juíza Maria Marleide Maciel acatou o pedido do injuriado governador Cid Gomes, determinando a tirada da revista IstoÉ de circulação. A repercussão foi imediata e resultou em uma sentença do STF liberando a circulação da revista que vincula Cid Gomes ao escândalo da Petrobras e, ainda, considerando a decisão da juíza um ato de "censura prévia". O STF, através do ministro Luís Roberto Barroso, disse o que publicamos aqui em comentário anterior:

“A decisão reclamada impôs censura prévia a uma publicação jornalística em situação que não admite esse tipo de providência. Ao contrário, todos os parâmetros acima apontam no sentido de que a solução adequada é permitir a divulgação da notícia, podendo o interessado valer-se de mecanismos de reparação a posteriori (posterior à publicação)”.


A decisão do STF dá ao caso envolvendo o governador Cid Gomes a dimensão que não teria se a reação dele tivesse sido outra e não o chilique de honestidade. Um ribombar que pode virar um estrondo atroante, dependendo do rastilho que pode ser aceso no depoimento do ex-todo poderoso diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa na CPMI (17/09/14) que apura a corrupção na estatal.

Diga-se até que o depoimento, que transcorre em sessão secreta, parou a comunidade política no Ceará e em muito outros estados deste Brasil envergonhado. Parece que todo mundo político está hoje borboleteando em torno do Congresso. Tomara que não abafem o caso em nome da normalidade ou governabilidade brasileira, como fez o PSDB com Lula da Silva no início das denúncias de corrupção (primeiro governo Lula). Acharam os tucanos e aliados que o Brasil não resistiria a outro impeachment (estava forte a lembrança de Collor). 
O Brasil está pagando um alto preço pelo medo passado dos tucanos e aliados.