O ex-governador e senador, hoje um político aposentado e
sem voto, Tasso Jereissati saiu da toca para criticar o afoito ministro e ex-governador
Camilo Santana (PT), chamando-o de coronel[1],
e caracterizando-o como mais voraz que os coronéis do passado.
Camilo Santana rebateu, mas não dá para negar. Camilo tem
a família toda agarrada ao poder e sua prática eleitoral é o voto que se
poderia ainda chamar de voto de cabresto. Apesar do esforço, do controle dos
eleitores, sobretudo os chamados cabos eleitorais (exemplo foram os prefeitos
que convocou para Fortaleza para “conquistar votos” para derrotar André
Fernandes (PL), na eleição para prefeito de Fortaleza. Mesmo assim, perdeu em
Juazeiro, no Iguatu e em Sobral.
Desde que assumiu o governo tratou de fortalecer,
primeiro a família, e depois os aliados, com cargos e benesses do poder público.
Um exemplo é o Instituto Mirante de Cultura de Arte, que foi criado no final de
2021, quando estava em seu segundo mandato. No Final dos dois mandatos, colocou
Elmano no governo e foi para o ministério da Educação. Deixou a esposa, Onélia
Santana, como secretária de Proteção Social do governo Elmano de Freitas. Segurança,
contudo, apontou Onélia para o assumir a vaga de conselheiro do TCE, deixada
por Alexandre Figueiredo.
Tratou também de abrigar o primeiro, o deputado estadual Fernando
Santana, que perdeu a eleição para prefeito de Juazeiro do Norte, indicando-o para
presidir a Assembleia Legislativa do Ceará. A resistência com a rede Santana
foi grande e o levou o próprio deputado a desistir da vaga. Foi indicado outro
deputado, Romeu Aldigueri, do PDT fiel, mas estourou uma série denúncias –
falsidade ideológica, atropelamento seguido de homicídio, agressão à ex-mulher
(a primeira) e estupro (em Granja, sua terra natal), o que deve impedir a disputa
ao cargo.
Mas não é só. No início do ano passado, o fotógrafo e editor
e produtor cultural, Tiago Santana, irmão de Camilo, assumiu a presidência do
Instituto Mirante de Cultura e Arte, uma organização social sem fins
lucrativos, destinada à gestão e execução de atividades de equipamentos
públicos culturais do Ceará em parceria com a Secretaria da Cultura
(Secult-CE). Sem dúvida, um negócio de sucesso, pois no pouco tempo de
existência o quase desconhecido instituto já recebeu repasse, do governo do
Estado, no montante de R$ 195 milhões.
Por fim, aparece o pai Eudoro Santana, que presidiu o DNOCS e foi condenado por irregularidades durante sua gestão por acusações que incluem:
1. Desvio de Recursos: Ele foi acusado de
desviar verbas públicas destinadas a obras e projetos de combate à seca, que
não foram executados conforme o planejado.
2. Contratos Irregulares: A condenação
também envolveu a celebração de contratos sem a devida licitação, o que é uma
violação das normas de transparência e legalidade na administração pública.
3. Falta de Prestação de Contas: A ausência
de prestação de contas adequada sobre os recursos utilizados e a execução das
obras foi um fator crucial para a condenação.
Essas ações resultaram em um pedido de ressarcimento ao
erário, além de outras penalidades. A condenação reflete a importância da
responsabilidade na gestão de recursos públicos e a necessidade de
transparência nas ações governamentais (não se sabe se houve o cumprimento da
pena).
Deus salva o Ceará.
[1] Coronelismo
é um termo que se refere a uma prática política predominante durante a Primeira
República no Brasil (1889-1930), onde coronéis, que eram líderes locais com
poder econômico e político, exercitavam influência sobre a população,
coercivamente obrigando seus subordinados a votarem em seus candidatos. Essa
estrutura de poder era sustentada pelo clientelismo e pela manipulação do voto.