Interessante como a escolha e o
aceite do juiz federal Sérgio Moro para ministro da Justiça/segurança produziram
enxurradas e dispares opiniões pessimistas. E gente de dentro e de fora
querendo explicar as consequências, por caminhos variados e baseados em teorias
distintas. Claro que a maioria dos profetas da crise está entre os petistas e
suas viúvas, que têm como tambor de ressonância os veículos, sobretudo jornais,
que abriram suas trincheiras em muitos municípios deste Brasil.
O que é fato irrefutável é que
poucos comentários de alerta (de que pode dar errado para Moro e Bolsonaro) são
de bem-intencionada origem. Os demais, quase todos, são produzidos pelo medo, anabolizado
pela fala de Moro depois de aceitar o convite do presidente eleito:
A perspectiva de implementar uma
forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito à Constituição,
à lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão.
A oposição, agora capitaneada
pelo candidato presidencial derrotado, Fernando Haddad (PT), vai disfarçar todo o discurso
a favor dos ladrões e do crime organizado na defesa das causas sociais. Certo
que o BEM e o MAL, em suas diversas compreensões e significados, não podem e devem
tampouco ser simplificados na dicotomia combate
e defesa da corrupção e do crime
organizado, mas, com certeza, é este o cenário que vamos ter no governo. Cenário que irá se reduzindo à medida que o
governo cresça popularmente no êxito ou se tornando maior em caso de tropeços do
governo.
Só para explicar, mesmo que seja
usada como fumaça para disfarçar a corrupção e o crime organizado, a causa
social não assumirá tais construções e significados, porquanto já está meio
entendido que não passa de retórica de discursos rotos de uma esquerda despótica
e opressora, que espalha migalhas como consolo.
Acredito no novo governo e torço
pelo Brasil. Sei que não será fácil, pois muitas foram as mudanças, mas o Congresso
ainda retém congressistas que são aliados do MAL. Só o exemplo, o bom diálogo e a
retidão dos processos e comportamentos, aliados ao apoio crescente, podem conquistar
vitórias pelo caminho. E o Brasil vai precisar muito disso. Bolsonaro deve sair
do palanque, que nunca ocupou integralmente, mas não pode sair nunca das mídias
e do contato direto com eleitor. No governo como em campanha, ou seja, governando
com a maioria do povo.