A expectativa sobre o depoimento do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, no Congresso (CPMIPETRO), quarta-feira, dia 17/09/14, deixa alguns com o coração na mão, incluindo o novo acusado, o governador Cid Gomes (Pros). Mas a presidenta/candidata Dilma Rousseff (PT) afirma não ter nenhuma preocupação em relação ao depoimento do ex-diretor da Petrobras preso por suspeita de participar de um mega esquema de corrupção na estatal.

A convocação de Costa foi aprovada na semana passada. O pedido para ouvi-lo foi formulado inicialmente à Justiça Federal no Paraná, onde tramita dezenas de processos relacionados à Operação Lava-Jato, que apura o esquema de desvio e lavagem de dinheiro comandado por doleiros. O juiz Sérgio Moro aceitou o pedido, mas advertiu que o Paulo Roberto Costa não deve ser algemado.

CAMPANHA - ATAQUE E DEFESA

A candidata do PSB à presidência, Marina Silva, e aliados políticos centraram fogo nas denúncias de corrupção que envolvem a Petrobras. Já começou há algum tempo, mas a carga maior aconteceu no comício em Ceilândia (14/09/14), maior cidade satélite do Distrito Federal. Foi um arrastão de discursos e todos os que falaram citaram a estatal e responsabilizaram o atual governo pela situação. Na sua vez, Marina voltou a dizer que, diante das críticas do PT, oferecerá a "outra face". "Eu digo isso porque tudo têm duas faces. Para a face do ódio eu ofereço o amor; para a face da mentira eu oferece a verdade; para face da preguiça o trabalho e para a face da corrupção na Petrobras eu ofereço a honestidade".

Não foi uma resposta, pois veio antes do comício em Ceilândia, mas a presidenta voltou, com surpreendente insistência, a se posicionar contra a proposta de independência do Banco Central, defendida por Marina Silva (PSB). Dilma afirmou que os bancos não podem ser o "quarto poder" no País. "Independência é uma coisa, autonomia é outra. Independência é poder. Imitando o chefe Lula da Silva, Dilma criticou o fato de Marina estar levando para o lado pessoal os questionamentos a seu programa de governo, depois acrescentando que "quem se acha coitadinha não pode ser presidente da República".

AÉCIO CRITICA AS DUAS

O candidato do PSDB, Aécio Neves, aproveita o clima para disparar contra as duas principais adversárias na disputa à Presidência, Marina Silva (PSB) e a presidente Dilma Rousseff (PT). Aécio criticou outras propostas das adversárias e voltou a dizer que Dilma terá dificuldade em se reeleger porque a economia fracassou. Sobre Marina, voltou a afirmar que o Brasil não é para amadores, "não adianta pensar que vai pinçar uma pessoa aqui outra acolá e fazer um projeto de governo, isso não vai funcionar. No final, vendeu sua proposta: "Nosso projeto vai permitir o Brasil não apenas mudar, mas mudar no caminho correto".