Ministro Eduardo Braga (PMDB) só dá desculpa e fala demais



Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo estão com grave problema de falta d'água. As represas principais estão em reserva mínima nos três maiores estados do Brasil.

Pior é que a chuva, que sempre foi pouca para o Nordeste, resolveu também faltar para o rico sudeste. Agora, as consequências podem ser graves para o Brasil inteiro, pois a falta d'água também implica na escassez de energia (geração).

E o Brasil está perdendo conta em olhar para trás. Matéria de que a água perdida daria para abastecer o Rio de Janeiro por seis meses vale se for referência para corrigir o futuro, agora se for o mero estabelecimento de inquérito do passado, tipo a malfadada COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE, é perder o tempo já bem curto para correr atrás do prejuízo.

O Ceará, por exemplo, bem que poderia adotar agora providências enérgicas contra o desperdício d'água, estimado em 30%, enquanto não vem o racionamento. Não vai adiantar nada lamentar depois os vazamentos e os "gatos".

Pouco vai adiantar ir atrás do ministério das Minas e Energia, que perdeu um Lobão e ganhou um lobinho - senador Eduardo Braga (PMDB-AM), formado em engenharia elétrica, mas que só sabe o suficiente para não levar um  choque. Braga fala "água" demais e só irrita o mercado.

Pelo menos desta vez, o Nordeste está mais "frouxo" em termos de água. Em mais de um século o dinheiro que foi dedicado ao Nordeste deixou muito gente rico mas também serviu para fazer alguns reservatórios - poucos infelizmente, porque o roubo foi maior.

Mas o aperto vem já já - e ainda dá tempo para as providências. O governador Camilo (PT), do Ceará, foi falar com a presidentA Dilma - mas vai reclamar também do corte da construção da refinaria. O assunto misturado pode zerar o resultado, já duvidoso.

O ministro Braga continuando falando demais, enquanto o risco do colapso de água e de energia no sudeste é inegável. Ele aposta, como o governador Camilo Santana, que vai chover para repor as cargas dos reservatórios pelo menos parcialmente.

Sim, sempre chove, só não se sabe quanto e muitos menos onde. A Funceme, no caso do Ceará, já fez sua aposta este ano: 64% de chance de chuvas abaixo da média (800 mm), 9% de ser maior e 27% de ficar dentro da média.

Como, no caso do NE, está há três anos assim (abaixo da média) é possível que a recarga dos reservatórios não reponha nem até a metade da capacidade. Mas se der para suportar mais um ano, tudo bem. 

MAS E O DESPERDÍCIO?

O Castanhão está com 35% de sua capacidade, que equivale a 2,5 bilhões de m³ dos 6,7 bilhões de m³ que o reservatório pode armazenar.