Se foi histórica a prisão de um senador no exercício do
mandato, também foi histórica a decisão do Senado, por 59 votos a 13 e uma
abstenção, em votação aberta, de manter a prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS).
Antes os senadores decidiram pelo voto aberto por 52 votos a
20, com uma abstenção - o presidente da Casa não vota. O cearense Zé Pimentel,
que assumiu o lugar de Delcídio como líder do governo, orientou a bancada pelo
voto secreto. Paulo Paim (RS) e Walter Pinheiro (BA), ambos do PT, optaram pelo
voto aberto.
É em momentos como esses que políticos de duvidosa conduta
ética mostram a cara. Além dos nove petistas, optaram pelo voto secreto Jáder
Barbalho (PMDB-PA), Ivo Cassol (PP-RO), Benedito de Lira (PP-AL), Douglas
Cintra (PTB-PE), Edison Lobão (PMDB-MA), Fernando Collor (PTB-AL), João Alberto
Souza (PMDB-AL), Telmário Mota (PDT-RR), Valdir Raupp (PMDB-RO), Zezé
Perrella (PDT-MG) e Vicentinho Alves (PR-TO).
Eunício de Oliveira (PMDB-CE) foi o único que se absteve. E
agora senador, ministro do STF pode determinar a prisão de grandes empresários
e senadores, não é mesmo?
A crítica geral foi em cima da nota do PT, assinada pelo presidente
da sigla, Ruy Falcão. A nota foi um primor de abandono de filiado, negando solidariedade
ao senador Delcídio. Estranha, pois se sabe que Falcão nada faz sem conversar
com seu líder maior Lula da Silva.
Veja a íntegra da
nota do PT:
1- Nenhuma das tratativas atribuídas
ao senador tem qualquer relação com sua atividade partidária, seja como
parlamentar ou como simples filiado;
2- Por isso mesmo, o PT não se julga
obrigado a qualquer gesto de solidariedade;
3- A presidência do PT convocará, em
curto espaço de tempo, reunião da Comissão Executiva Nacional para adotar
medidas que a direção partidária julgar cabíveis.
Brasília, 25 de novembro de 2015.
Rui Falcão
Presidente Nacional do PT