Pouco coisa me parece tão imbecil quanto a fala da maioria dos candidatos (geral) no horário eleitoral. Quase todos falam a palavra “juntos” e concluem com o “conto com seu voto”. Há aqueles que fazem pose demais, cobertos por uma maquiagem excessiva. Há os que tentam chamar atenção com promessas ainda mais idiotas, como doar o salário. Há até os enganadores que aparecem com coisas ou animais não mãos. Mas pouco são tão ‘posudos’ como o senador Eunício Oliveira (MDB). E o que ele fala? Não dá para prestar atenção. O telespectador atenta mais para o meneio dele. O vereador Célio Studart (PV) parece uma avó preocupada com seu gato. O general (PSDB) aparece com os olhos esbugalhados e vermelhos. Parece até que usa groselha como colírio. Muitos, sobretudo os que fazem grandes produções porque podem pagar, aparecem como atores globais, em closes, efeitos e gestos estudados que fazem sem graça as novelas globais.

E nas mídias sociais o frêmito ainda é maior. É um vale tudo de cores e de mensagens que não dá para consumir, mas somente apreciar e duvidar (é verdade ou é mentira?). O conteúdo global chega a ser burlesco, alegre, divertido, produzindo boas gargalhadas. E não deixam de aparecer aqueles brasileiros que de tudo produzem paródias ou situações de humor até quando o assunto envolve “Morte e Vida Severina”, como escreveu João Cabral de Melo Neto. Seja como for, as mídias, convencional ou sociais, cumprem o principal objetivo: fazer conhecimento. E quando o candidato cai no gosto, o próprio meio cuida de produzir a maioria das “peças”. É um mundo até de ensinamento.