A sucessão ao governo do Ceará continua um jogo de adivinhação,
produto da falta de bons nomes para apresentar ao nem tanto exigente eleitor
cearense. Os partidos chapinham para um lado e outro, mas não conseguem aquilo
que não têm: nomes palatáveis, um drama
que o PMDB não encena, agora. Conseguintemente, enquanto o pré-candidato do
PMDB, senador Eunício Oliveira, corre solto e conversa com integrantes da
espectral oposição, os outros se debatem em brigas internas pela primazia.
O ruim de tudo isso, para quem vê na existência de uma oposição
forte o equilíbrio da democracia, é que, no Ceará, não há uma oposição de
arcabouço realmente resistente. Sobrou, apenas, para o rebate aos governistas
(quase todos) parte do PR (leia-se Roberto Pessoa e Lúcio Alcântara), menos de
um banda do PT (Luizianne e Elmano), um ensimesmado pedaço do PDT (Heitor) e um
mingado e reticente PSDB. Somando tudo não dá algo que ameace, principalmente
porque se bater o pé, com reforço do imorigerado ex-presidente Lula da Silva, três deles, pelo menos, saem da trincheira
da oposição.
Claro que a disputa vai acontecer. O PROS, com todo seu
poder (governo, prefeitura de Fortaleza e mais quase uma centena de prefeituras
no restante do Estado), vai engendrar um candidato entre os insulsos nomes que
sobraram e se digladiam pela preferência – Zezinho, Leônidas Cristino, Mauro
Filho, Izolda Cela e o reintegrado, mas não menos suspeito, Domingos Filho.
PSDB, PR e os insatisfeitos do grupo governista não têm candidato visível. Vão
ter, PSDB e PR, de inventar alguma coisa, pois o tucano Aécio Neves quer um
palanque no Ceará, pode ser até o do candidato a senador, se não conseguirem
fabricar um nome para figurar na eleição ao governo. Os pequenos partidos –
PSOL, PSTU, PCB, entre outros, vão cumprir seu papel, compondo sem brigas o grupo
concorrente.
Pelo visto, o embate vai se dar mesmo entre fiéis ex-aliados, que
até ontem usavam o mesmo cocho para matar a sede, mas, apesar de tudo, sem a
separação definitiva de cocho. Daí, só é possível vislumbrar no limbo o
candidato do PMDB – senador Eunício Oliveira. O desejo de se colocar como
oposição não medra. Eunício não é oposição, não será oposição, mas somente um
adversário (confirmando-se sua candidatura, como presumimos) fautível, que partilhou
o mesmo pão por oito anos e apoia a mesma candidata a presidente da República,
Dilma Rousseff. Vai usar até as mesmas
propostas na campanha, com o diferencial da promessa de que fará muito mais e
melhor. A grande curiosidade ficará por conta da SEGURANÇA. Como Eunício
vai elaborar sua proposta para responder ao que é a maior carência dos
cearenses? Leve em conta que Eunício ficou rico e sustenta seu patrimônio
vendendo SEGURANÇA PRIVADA.