A nova rodada de pesquisa do Datafolha apresenta descenso (mais uma) da presidentA Dilma Rousseff (PT), mas ela não trepida só. Seus adversários também derrapam. A petista desceu de 37% para 34% entre maio e junho, enquanto o tucano Aécio Neves oscilou negativamente de 20% para 19%, e Eduardo Campos (PSB) perdeu quatro pontos percentuais, de 11% para 7%. O perigoso, para o PT & aliados incondicionais, é que houve aumento significativo na parcela dos eleitores indecisos, de 8% para 13%. Tal movimento quase sempre implica em mudanças radicais. A aprovação ao governo de Dilma Rousseff oscilou dois pontos percentuais para baixo, de 35% para 33%. A taxa de desaprovação (soma dos que consideram a administração "ruim" e "péssima") oscilou de 26% para 28%, índice mais alto desde a posse.

Se levarmos em conta apenas os números, esquecendo as circunstâncias e o momento político-social, ainda não existe uma ameaça grave à recandidatura de Dilma. No fim do primeiro mandato, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) era aprovado por 31%, (Datafolha). Lula da Silva, em 2006, reta final do primeiro mandato, obteve aprovação de 38% (no mesmo Datafolha). Os dois foram reeleitos. O problema é que cenário em que vive a presidentA é bem diferente e não lhe é benéfico. Mais do que nunca, o sucesso dela depende da Copa do Mundo (e das manifestações previstas) e do desempenho da CANARINHA. A liga retrógrada dos presidenciáveis foi exatamente o retorno, mesmo que ainda tímido, das manifestações às ruas. Foi como se o movimento de junho do ano passado em nada tivesse resultado, o que é fato. NENHUMA PROVIDÊNCIA ACONTECEU.


Nos últimos dois meses, a presidentA, sobretudo, andou surfando na “visita da saúde”, o que cumpriu o papel de afogar o movimento “volta Lula”. A ligeira recuperação de Dilma e da avaliação do governo ocorreu em virtude da intensa propaganda partidária e de um certo movimento de trabalho (construção) nas ruas, resultado das obras (as poucas que foram executadas) da COPA. O rápido respiro passou. A realidade do pouco resultado, em favor do povo e o fraco desempenho econômico do governo (com um ministro – MANTEGA – risível) fez rediviva, nas ruas, a nuvem da revolta – e mais do que isso – fez a insatisfação retornar às mentes dos jovens eleitores.