A virada já aparece nas pesquisas. O DataFolha fez uma pesquisa tão logo foi confirmado o nome de Marina para ser a presidenciável do PSB e o resultado já está embolado. Marina ultrapassa, nas intenções de voto, com Aécio Neves (PSDB) no primeiro turno e empata com Dilma Rousseff, a candidata do PT, no segundo turno. Se antes, Eduardo Campos tinha 8% das preferências, Marina Silva aparece com 21%, contra 20% de Aécio Neves, desbancando-o do segundo turno. 

A presidenta/candidata, Dilma Rousseff (PT) continua na frente no primeiro turno, com 36% das intenções de voto. Ela também tinha 36% com Campos no páreo, porém o ex-presidenciável, que morreu em acidente aéreo (13/08/2004), aparecia com apenas 8%. Aécio também tinha a mesma porcentagem no cenário com Campos (20%). O significado imediato dessa mudança é resultante de uma acomodação no desempenho da presidente Dilma e de uma queda nos índices de branco ou nulos (13 para 8%) e de indecisos (de 14 para 9%). Ou seja, quem não tinha agora tem candidato: Marina. Claro que o posicionamento de Marina implica também em uma mudança entre os números que mantinham Dilma e Aécio na disputa de segundo turno.

ADVERSÁRIO ACHAM QUE COMOÇÃO VAI PASSAR


Nos grupos de tucanos e petistas, a avaliação é que o clima de comoção com a morte do candidato a presidente da República Eduardo Campos (PSB) tende a diluir até o dia do voto, 04 de outubro/2014. À primeira vista parece que Aécio Neves foi o mais atingido com a entrada de Marina, mas ele nada perdeu, a não ser nas previsões de cenário de segundo turno. Se atentarmos bem, veremos que quem mais gostou da entrada de Marina foi o eleitor que não queria votar em nenhum dos nomes oferecido. Decorre, principalmente, daí o ganho do PSB (não de Marina, porque ela no seu capital anterior). Em prazo mais esticado, "pero no mucho", será a presidente/candidata a mais prejudicada pela alternativa, que implicará em dificuldades de Dilma quanto ao discurso e na própria postura de candidata. Mesma dificuldade, se não encontrar outro caminho, terá o candidato Aécio Neves, pois tinha assumido a postura do "nós contra eles" na campanha. Está prejudicado, o caminho.

Dirigentes e especialistas do PSDB e PT aceitam as dificuldades que vivem com a entrada de Marina, mas rebatem que o cenário de comoção - com a morte de Eduardo Campos - tende a se diluir ao longo dos dias que faltam para o voto. O próprio PSB não embarca na primeira na primeiro pesquisa da época Marina. O próprio presidente (era vice) do PSB
, Roberto Amaral, que vivia à margem do processo, por divergências com Campos, aparece com intensa verborragia e diz entender que "estamos no auge da emoção, mas, depois, as pessoas tendem a ser acostumar". Eduardo Campos tinha razão.