Há muitos anos a FIEC não passa de um cabide de emprego para empresários quebrados e profissionais liberais com dificuldade de mercado. Com Roberto Macedo continuou assim, mesmo que se tivesse esperança que ele mudasse alguma coisa. Nada aconteceu. Ele apenas empurrou as questões mais difíceis com a volumosa barriga e fez algumas declarações oportunistas. Espero que com ele tenha-se encerrado um período débil da entidade, marcado por presidentes que nem industriais eram.

O empresário Beto Studart – depois da venda da Agripec, dedica-se integralmente ao ramo da construção civil – promete fazer uma administração moderna e presente na sociedade, e a gente espera que assim seja, realmente. A FIEC, conforme informação do próprio presidente, dispõe de um orçamento anual em torno de R$ 300 milhões, uma grana que se espalha pela estrutura pesada e pouco ou quase nada dá de retorno ou resultado. Pior ainda é que desse dinheiro, nas palavras de Beto Studart, um percentual de 10% e 15% cai no ralo do desperdício, um esbanjamento que ele promete combater. “Esta é minha primeira missão”.

Mas não é só isso. Há muito mais a fazer, porque estamos falando de uma entidade de duvidosa legitimidade, porquanto só representa pouco mais de 1,2% da categoria (das 17.699 indústrias cearenses, somente 2.146 são associadas). Desse modo, é lógico que o novo presidente quer mais empresas dentro dos sindicatos, que deveriam representar 80% do setor no Ceará. “É uma meta, não minha, mas que eu posso colocar para os companheiros”.