Está virando samba de uma nota
só usar a língua ferina do secretário de Saúde, Ciro Gomes, que está, é claro,
a serviço do candidato Camilo Santana (PT, Pros + 16 partidos), para atacar o
candidato peemedebista Eunício Oliveira, que também não é santo e tem soltado
seus cachorros contra o clã Gomes. Se falar sobre o seu patrimônio, Ciro voltou
a chamar Eunício Oliveira de “ladrão”, sugerindo como prova o crescimento
estupendo do patrimônio do senador, empresário da área de segurança privada e
de outros ramos da terceirização de mão de obra. “Ele passou de R$ 36 milhões de fortuna
pessoal, em 2010, para R$ 99 milhões, e a imprensa nunca publicou isso”.
HOUVE RESPOSTA, SIM.
Dessa vez Ciro Gomes não ficou sem resposta, que demorou,
mas veio dura e maldosa. Primeiro, o senador Eunício declarou, através de sua
assessoria, que não comentaria os ataques de Ciro Gomes, preferindo processá-lo
e que o dinheiro da possível condenação de Ciro seria doado a instituições de
saúde que tratam de doentes químicos (o que quis insinuar o senador com essa
destinação?). Depois, mesmo dizendo que não iria falar o que falou, o
peemedebista, disse que “eu não vou responder ao Ciro. Ele está com medo de
perder e está totalmente desequilibrado faz tempo, todo o Ceará sabe. Minha
resposta será dada na Justiça e nas urnas. (...) Não vou pegar essa isca, não
vou ficar batendo boca com esse desequilibrado”, respondeu Eunício.
Sim, mas sobre o patrimônio?
Políticos receberam propina,
diz ex-diretor da
Petrobras.
Depois de vários dias de empurra-empurra, Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, presta depoimento e entrega nomes (sigilosamente) para que o ministro Teori Zavascki homologue o acordo de delação premiada feito pelo executivo com os procuradores.
Logo depois de sua
prisão pela Polícia Federal, em março/2014, Costa disse em sua cela que não
haveria eleições neste ano se ele revelasse tudo o que sabe sobre os
parlamentares. Sua decisão de colaborar com as autoridades espalhou o pânico
entre políticos e dirigentes de empreiteiras.
Conforme as informações, pois ninguém teve acesso à
integra do documento, Paulo Roberto Costa entregou os nomes de 12 senadores, 49
deputados federais e um governador. Todos teriam recebido dinheiro desviado da estatal, rateado a partir dos 3% do valor
dos contratos da estatal na época (2004 a 2012). O ex-diretor da Petrobras
apontou políticos de três partidos, o PT e dois dos principais integrantes da
coalizão que apoia o governo petista no Congresso, o PMDB e o PP. Costa foi indicado
ao cargo pelo PP, mas depois ganhou o respaldo do PT e do PMDB.
NINGUÉM SABIA, MAS ASSESSORES TEMEM AS
CONSEQUÊNCIAS
Pois é, e nem o ex-presidente Lula da Silva e tampouco a atual presidenta/candidata Dilma Rousseff, evidentemente, de nada sabiam, e menos ainda a atual presidenta da Petrobras, Maria das Graças Foster e o ex-presidente Sergio Gabrielli. O medo toma conta do Planalto, pois novas investigações chegaram à conclusão de que o ex-diretor tem mais contas no exterior do que as descobertas até agora (lembra que o ex-marqueteiro de Lula, Duda Mendonça, confessou ter recebido milhões de conta no exterior?). Por tudo isso é que assessores da presidente Dilma Rousseff estão espalhando que as consequências das revelações de Costa para a campanha eleitoral são imprevisíveis.