Certamente há alguém do alto escalão da Justiça regulando as denúncias relativas ao propinoduto da Petrobras administrado pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa. No seu primeiro depoimento à Justiça, após ter feito um acordo de delação premiada, Costa afirmou que o esquema de corrupção na estatal irrigou campanhas de três partidos nas eleições de 2010: PT, PMDB e PP. Ano em que Dilma foi eleita pela primeira vez.

Ainda no depoimento, Paulo Roberto Costa disse que o presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobras na área de Logística, o ex-senador cearense Sergio Machado, há 10 anos dirigindo a empresa por indicação do senador Renan Calheiros, do PMDB, também teria participado das irregularidades. Paulo Roberto Costa disse ter recebido de Sergio Machado a importância de R$ 500 mil. O ex-diretor também citou José Eduardo Dutra, atual diretor da Petrobras e ex-presidente da BR Distribuidora, como outro participante dos esquemas do grupo. Dutra também foi presidente do PT.

A Operação Lava Jato foi deflagrada pela Polícia Federal em março deste ano e descobriu um esquema de desvio de dinheiro na Petrobras que envolveu Costa, doleiros e fornecedores da estatal. A organização criminosa atuava dentro da empresa e já teria sido responsável por um rombo de R$ 10 bi.