A presidenta Dilma Rousseff chega já a Pero Vaz de Caminha,
o escrivão da frota cabralina*, para justificar a roubalheira aviltante da
Petrobras. Ela não cansa de dizer que as irregularidades (leia-se roubalheira
generalizada) dentro da estatal (e suas subsidiárias, complemente-se) já
existiam antes de seu governo.
Claro que existiam e que sempre vai existir, se não houver
uma estreita vigilância e a punição dos culpados atuais e passados, desde que
seja possível ajuizar as questões.
Não dá, presidenta, é para usar essa história para boi
dormir eternamente. É quase como se a senhora estivesse dizendo que se eles roubaram por que não podemos fazer
o mesmo? E não acredito que seja este o caso.
Creio, com mediana sinceridade, que a senhora nada tem a ver
com os diversos casos de roubalheira que estouraram em seu governo, mas que tem
apenas um problema visual. Não como o seu antecessor, porque ele NÃO VIA PORQUE
NÃO QUERIA VER.
Sentia-se o próprio Robin Hood, sem a parte dos pobres, óbvio.
Dilma nega que o Brasil viva uma crise de corrupção, como
alguns afirmam. Mas, se ela insistir em manter os atuais comandos da Petrobras
e subsidiárias a coisa vai feder. Sérgio Machado (Transpetro - Renan Calheiros),
por exemplo, já foi citado como participante do grande "caixa" da
corrupção e a presidente Maria das Graças Foster, comprovadamente, é muito mais
míope que Dilma, caso de cegueira que parece semelhante ao de Lula da Silva.
* A Carta em que o
escrivão da frota de Cabral comunicou ao Rei D. Manuel I (1495-1521) o descobrimento
das novas terras, em 1.° de maio de 1500, é um documento importante para a
história e, ao mesmo tempo, representa o primeiro ato (tentativa) de nepotismo
desta terra de Vera Cruz. No documento a D. Manuel I, Caminha pede um emprego
para o sobrinho, um "rapaz competente e cumpridor dos deveres".