A vaca tossiu e foi mexido nos direitos dos trabalhadores, viu bobinho?


Tudo o que a presidenta Dilma Rousseff (PT) negou (ou se recusou a abordar) na campanha está acontecendo agora, E não é novidade. Quase todo mundo esclarecido sabia.

Antes tarde do que nunca, a oposição - leia-se senador Aécio Neves (PSDB)- está acordando. Tomara que a população também desperte. Neves acusa a gloriosa presidentA do PT de ter cometido um "estelionato eleitoral". Está atrasado, senador.

Mostrei neste espaço as propostas de aumento de impostos (e não ajustes) do novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que só sabe trabalhar com muito dinheiro no caixa. Só que o desafio agora era o contrário: trabalhar na crise, com pouco dinheiro e muita criatividade.

Para empatar com o plano de confisco de Collor de Mello só faltou a Levy decretar o arresto do dinheiro - para ser devolvido depois sem juros e sem correção, como no plano collorido.

No mais - e há promessa de que mais virá - o remédio é deveras amargo e as consequências apontam no rumo de mais retração, mais inflação, mais desemprego e mais apagão.

NEM QUE VACA TUSSA

Senador Aécio Neves promete engrossar o jogo quando o pacotaço de aumento de impostos for para votação no Congresso. É difícil, mas não impossível.

Em verdade, nem que a vaca Tussa (e nesse caso a vaca é outra) o trabalhador deixará de ser prejudicado.

E o rabo de arraia para derrubar o trabalhador/contribuinte começou quando a presidentA Dilma vetou a correção de 6,5% na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física, aprovada no fim do ano passado pelo Congresso Nacional. Depois, veio o pacotaço levítico.

Neves declarou - e é verdade - que a presidente Dilma inicia seu novo mandato cortando direitos trabalhistas e aumentando impostos, traindo os compromissos assumidos com a população durante a campanha eleitoral. Assim está incursa no artigo 171 do CPB(*)


(*) Estelionato - Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.