Secretaria de Saúde do Estado do Ceará tem graves problemas para a condução administrativa do órgão: pouco controle e muito desperdício. Mais de 40% do dinheiro que chega na pasta (e já vem batendo pelo caminho) para tocar o objetivo fim ficam nos escaninhos do empreguismo. Ou seja, pagam centenas de contratados em cargos de confiança que se multiplicam nervosamente.
Pior ainda, soube e levantei, é a secretaria de Saúde do Município de Fortaleza, que tem um sistema mais atrasado do que o Estadual. É difícil acreditar que a coordenação dos hospitais da Capital não saiba QUANTOS MÉDICOS TEM E QUANTOS TRABALHAM.
Não existe altruísmo, mas sim conivência para enrolar a viúva, ou seja, o Município. Os médicos (tirando as raras exceções), que só falam em dinheiro para tocar a saúde, incluindo o ex-presidente do Sindicato Lineu Jucá, estão sempre querendo mais, mas poucos deles cumprem honestamente o expediente (40 horas semanais) para o qual foram contratos.
Muitos se escondem e manobram para só entrar nos plantões da rede municipal (Frotão, Frotinhas e Gonzaguinhas) porque recebem por isso um adicional no salário. Ademais, de quatro plantonistas (por especialidade), só um fica no plantão e os outros vão para seus afazeres particulares, deixando apenas um telefone para sérias emergências. Tem deles, mais espertos, que usam o tempo, o material e o ambiente público para realizar cirurgias ou procedimentos outros em clientes particulares. Bem que poderiam ser presos.
Enquanto os efetivos concursados não aparecem, outros são contratados temporariamente para suprir as vagas dos que não vão trabalhar. E por falar em contratos, chegam a secretaria de Saúde de Fortaleza (falta competência para conduzi-la agora e no passado), centenas de cargos de confiança todo dia e sequer têm espaço para sentar. Para ser justo, não é a secretária de saúde quem contrata. TODOS APARECEM COM O CRIVO DO GABINETE.
Mais contundente foi ver o pessoal da Saúde tentar levantar as vagas para a convocação de um concurso público. Houve um momento em que uma pessoa, inadvertidamente, falou: mas se não sabemos quantos médicos temos e trabalham em cada hospital ou posto, como vamos levantar carências? Levou uma pesada admoestação.
Certamente, a saúde, do Estado e do Município, PRECISAM DE DINHEIRO, MAS PRECISAM MUITO MAIS DE ADMINISTRAÇÃO E VERGONHA.