Foi só a Polícia Federal chegar com a investigação da operação Lava Jato ao Congresso que o mundo caiu e está aberta uma crise institucional, por envolver ladrões com mandato e prestígio. Enquanto rondava o Palácio do Planalto ninguém dizia nada. Mas existem ladrões com e sem mandato fora do Congresso. É preciso segurar a onda.
A PF cumpriu no CN 53 mandados, apreendendo muita grana, joias, até obras de arte e carros de luxo (e não Fiat's Elba, como no passado), deixando uma marolinha de indignação entre os parlamentares e até entre alguns advogados, em solidariedade ao advogado Thiago Cedraz, filho do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz.
A ação da PF foi autorizada por três ministros do STF - Teori Zawascki, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski. Envolveu os senadores Fernando Collor (PTB-AL), Fernando Bezerra (PSB-PE) e Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional da legenda, além do ex-ministro das Cidades, Mário Negromonte. Chegou a ser tachada, sobretudo pelos envolvidos como “invasiva” e como uma “violência à democracia”.
A ofensiva que chegou ao CN, depois de mais de um ano de investigações, desde que o STF autorizou a abertura de inquéritos contra 13 senadores e 22 deputados federais, acusados de participação no esquema.
No atual estágio da investigação, o móvel mais importante para todos os atos foi o depoimento do empresário Ricardo Pessoa, dono construtora UTC.
Após a fala de Pessoa, a presidente Dilma fez reunião extraordinária, depois de se enfurecer ao ponto de dizer que não gosta de delator; levou o ex-presidente Lula da Silva a se precaver e a se aproximar da presidenta, a quem havia insultado; e, agora, coloca o CN em polvorosa (pela importância dos atingidos).
Até o condenado Zé Dirceu (PT), cumprindo prisão domiciliar pelo MENSALÃO, foi à Justiça pedir um habeas corpus preventivo, temendo ser preso no PETROLÃO. A Justiça negou o pedido de HC e a solicitação de revisão. O polivalente Dirceu sente, como também Lula da Silva, que pode ser a bola da vez na próxima rodada de prisões.