A semana, que teve logo em seu início um feriado, ainda que não atrapalhe porque o expediente em Brasília começa na terça-feira à tarde, pode ser decisiva para dois personagens centrais na trama de perda do poder: presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, do PT, e presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do PMDB.
A oposição, liderada pelo PSDB, retira apoio ao presidente da Câmara exatamente no período em que Cunha deveria decidir o destino dos pedidos de impeachment da presidente Dilma, sem falar na votação dos vetos. Não há consenso em torna de nada no Congresso. Muito menos para derrubar Cunha.
De qualquer modo, Eduardo Cunha resiste e garante que decidirá se haverá ou não arquivamento do pedido de impeachment contra Dilma. Se seguir as orientações técnicas da Casa, vai arquivar o pedido redigido pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior por falta de provas.
É o que espera a oposição: a rejeição do pedido para que seja protocolado pelos deputados um recurso para consultar o plenário da Casa sobre o tema. Com maioria simples, o arquivamento pode ser derrubado no Plenário.
Se aceitar o pedido de Bicudo e Reale, como temem os governistas, aí seria instalada uma comissão especial para a análise do pedido, que depois iria a plenário, onde precisaria de 342 dos 513 votos para abrir o processo de impedimento da presidente —que teria de deixar o cargo no máximo por seis meses caso seu caso não tenha enfim sido julgado no Senado.