O PMDB já desembarcou do governo do Dilma, do PT, para engrossar o time que está a favor do IMPEACHMENT. Foi uma reunião relâmpago, de apenas três minutos. Significa que, a partir de agora Dilma só vai contar, a seu favor, com o PT, o PCdoB e o PSOL, que conta com 58 votos do PT, 13 do PCdoB e seis do Psol. A dificuldade do Planalto é que a presidente precisa de 172 votos para segurar o impeachment. Está, portanto, com um déficit de 95 votos. Vai buscar como? O que falam em Brasília é que a petista, quase abandonada, abriu os combalidos cofres do poder (à custa do povo) para comprar os votos que faltam.

NÃO VAI CONSEGUIR. Os peemedebistas (mais) e os fominhas dos outros partidos já estão vendo o retrato na nova configuração governista. Desde que se fala da saída do PMDB do governo só tem aumentado a fila dos parlamentares que querem sair do barco governista à deriva, sendo levado pela força dos ventos da LAVA JATO ao encalhe.

A debandada do PMDB vai custar para a legenda sete ministérios e 600 cargos. Mas não há de ser nada, com MICHEL TEMER PRESIDENTE, o volume atual de vagas no governo é ninharia.

Mas, o enredo complicado, que coloca o Brasil quase de joelhos, pode não terminar mesmo com o impedimento de Dilma Rousseff. É que o vice-presidente Temer, também presidente do PMDB, pode herdar o governo mal das pernas e uma carrada de imbuanças, no próprio Congresso e na Justiça.

A bancada dos deserdados (PT, PCdoB e Psol) promete complicar a vida de quem assumir o governo (no lugar de Dilma), sobretudo Temer, a quem acusa de tramar a queda da petista. Ademais, correm no STF e TSE algumas acusações contra Temer, duas delas com pedidos de cassação da chapa Dilma/Temer – casos de financiamento da campanha (no TSE) com dinheiro da propina da Petrobras e outros órgãos. Veja mais em http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/moro-diz-ao-tse-que-propina-abasteceu-campanhas-e-indica-ouvir-delatores

Desse modo, os gritos “TEMER PRESIDENTE”, que embalaram a reunião relâmpago do PMDB para oficializar a saída do partido do governo, pode ser o epílogo de uma queda “unida”. No entanto, a crise poderia continuar, pois nesse acaso quem assumiria seria o segundo mais votado na eleição – AÉCIO NEVES, também denunciado na Lava Jato, incluído que foi pelo delator premiado, senador licenciado Delcídio do Amaral, no caso das propinas de Furnas. Tal situação, porém, gera controvérsias. Foi assim que aconteceu no Maranhão na cassação de Lago em 2009, quando Roseana Sarney assumiu o governo do Maranhão, sem realização de nova eleição.

Mas há entendimentos que consideram também político (como se fosse no Congresso) o julgamento pelo TSE. Assim, se Dilma/Temer forem destituídos de seus cargos pela Justiça Eleitoral pode prevalecer o artigo 81 da CF, que prevê expressamente que, na hipótese de os cargos de presidente e vice ficarem vagos, será realizado novo pleito para escolha dos sucessores.

Da mesma forma, o enredo final do presidencialismo capenga brasileiro acabaria se Dilma fosse IMPEDIDA NO CONGRESSO JUNTO COM TEMER, o que seria melhor para o Brasil. Nesse caso, caindo os dois ainda este ano, uma nova eleição seria convocada e um novo presidente seria eleito.

Em ambos os casos, a CF determina a realização de eleições em 90 dias. Nesse período, quem assume o cargo é o presidente da Câmara dos Deputados, no caso, Eduardo Cunha-PMDB-RJ (também envolvido no caso das propinas e com processo em curso). Se a cassação ocorrer na primeira metade do mandato, a eleição ocorre por meio do voto direto da população. Se acontecer depois da segunda metade, o novo mandatário é escolhido indiretamente pelo Congresso Nacional.

QUE FALTA FAZ UM PARLAMENTARISMO.