Não se pode fazer pacto com o crime ou com o criminoso. Não se deve esquecer, contudo, que justiça tem lento caminhar e muitas vezes chega quando nenhum remédio pode aplicar. Que quero dizer é que o presidente Michel Temer deveria chamar os dois poderes (Judiciário e Legislativo para uma grande aliança pelo Brasil combalido. 

Não se trata de driblar a lei ou de não punir quem deve. A apuração dos crimes continuaria sua marcha e ninguém mesmo seria poupado. Só haveria um pequeno atraso, se fosse necessário, no processo que envolve o primeiro mandatário. Não há nenhum ganho em fazer agora uma nova substituição, seja por eleição indireta, seja por direta.

No caso da indireta, uma profunda divisão poderia resultar, tendo o novo e curto governo que recompor uma nociva coalizão governativa. Prejuízo para uma frágil economia que começa a aparecer. A direta exigiria prazo, pois primeiro teria de ser aprovada uma emenda constitucional , depois viria a campanha e a eleição dispendiosas e marcadas pela rivalidades.

De qualquer modo, Temer pode se segurar no cargo por um bom espaço de tempo, enquanto o país vive as dificuldades da crise de governo. 

O processo no STF é demorado, o impeachment também e o julgamento pelo STJ pode esbarrar meses por um simples pedido de vista. Todos os cenários são complicados, até a renúncia. Uma pesquisa do Datafolha com os 594 parlamentares aptos a votar mostra essa confusão: 40% acham que ele deveria continuar, 47% apontam que ele deveria sair. Se a eleição fosse indireta 76% não têm candidato. A divisão se mostra mais no caso da proposta de eleições diretas: placar é 47 contra e 46% a favor. Veja mais no link:

Sou a favor de Temer terminar seu mandato e depois responder por qualquer crime que tenha cometido.