O poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente. O Democratas não passou, nesses últimos anos, de um partido meia boca, que atuou na oposição ao (des)mando do PT. Aliou-se, assim, ao PSDB para fazer parte de um corpo mais forte. Com o justo e mais que merecido impeachment de Dilma Vana Rousseff (PT), o DEM passou a ter um alento e engrossou o pescoço no poder com a cassação do deputado Eduardo Cunha e a eleição do até então mediano deputado Rodrigo Maia, filho do ex-prefeito do Rio, César Maia. Na presidência da Câmara, Maia passou a ser o ídolo do baixo clero, estamento que elegeu e deu sustentação da Cunha, hoje na cadeia por corrupção e mais um mancheia de crimes.

Michel Temer (PMDB) assumiu o poder e, como um colegial, foi pego em um deslize, não de todo claro, mas suficiente para colocá-lo no paredão do Câmara. Rodrigo Maia ficou com a faca e o queijo na mão, ainda que vacilando ou trabalhando à socapa: tem a atribuição de conduzir o julgamento de Temer (aceitar ou não a acusação do PGR) e, de quebra, ficará na presidência caso a acusação do PGR seja aceita em plenário. Se aprovada, a denúncia irá para processo e julgamento no STF, o presidente será afastado por 180 dias. Maia fica até o final. Somente se Temer for condenado no STF, deixará a presidência e Maia terá 30 dias convocar e fazer uma eleição indireta.

É esse poder absoluto que o DEM reflete absolutamente hoje, atraindo os voejadores que buscam se aliar ao partido que ficar com o poder, 'resguardando', é claro, a ideologia. Há dias, o ideológico PSB pressiona para fazer uma revoada ao DEM. Reuniões diversas foram feitas, envolvendo o presidente Temer, que precisa absolutamente do votos no baixo clero (ou centrão). Entre o grupo socialista do PSB, que quer aportar no DEM, está o deputado cearense Danilo Forte, que já foi do PMDB, tomou conta do PSB-CE e agora pretende entrar na barraca do DEM, ocupada por Moroni, vice-prefeito de Fortaleza, eleito em aliança com Roberto Cláudio, do PDT. Como ficará a sopinha de letras?