Vale uma imagem de pareidolia* para figurar a nossa política
Está dito nos jornais, e atribuído como sendo uma fala dele, que o senador Tasso Jereissati (PSDB) admite disputar mais uma vez o governo do Ceará (já foi três vezes), com uma condição: caso não seja apresentado nenhum nome mais forte do que ele. Seria trágico se não fosse cômico, vale o uso desta frase batida. Lançar mão de chamar o velho Babau para o processo eleitoral do próximo ano é realmente risível. Sentem-se ameaçados de uma vez o governador Camilo Santana, do PT governista, na sua luta para viabilizar sua recandidatura, e o senador manhoso Eunício Oliveira, do PMDB, que perdeu a coragem de concorrer ao governo e tenta salvar pelo menos a sua reeleição ameaçada.
Realmente, vivemos um Brasil surreal. Ladrão sendo ovacionado e liberto é uma história que se conhece desde e era de Cristo. Não é só o ladrão-chefe que tenta se salvar da cadeia usando todo tipo de chantagem em nome de parcela do povo que vive cego pela esmola. O Congresso Nacional, com um penca considerável de ladrões investigados pela Lava Jato, nas duas casas (Senado e Câmara), também faz mágica para salvar os seus e ainda ganhar um dinheiro para salvar o esperto bobo da corte - Michel Temer, do mesmo PMDB de sete instrumentos.
Convenhamos,uma democracia que se preza, não usa velho Babau para assustar candidatos medrosos, como também não vale, em nome do equilíbrio, do respeito e harmonia entre os poderes acusar o presidente da República, por mais crise de identidade de que ele seja portador, de crimes que ele não cometeu desde que assumiu a presidência (obstrução à Justiça e formação de quadrilha), pela singela razão de que ele não esperto para tanto.
Vamos agir com mais sisudez e honestidade de propósito, vamos!
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* Pareidolia é um fenômeno psicológico comum em todos os seres humanos, conhecido por fazer as pessoas reconhecerem imagens de rostos humanos ou animais em objetos, sombras, formações de luzes e em qualquer outro estímulo visual aleatório.