A base política do governador do Ceará, Camilo Santana, do PT do PDT, está colocando sobrosso no senador Eunício Oliveira, do PMDB-CE. Por medo eleitoral de concorrer ao governo porque uma derrota o deixaria sem imunidade, Oliveira está buscando a melhor situação para se garantir em uma reeleição: uma dobradinha para o Senado com o ex-governador Cid Gomes, do PDT. Os "camilistas", sobretudo os do PDT, acham que Cid ESTÁ ELEITO, mas entendem que o peemedebista pode ser acossado pelo deputado estadual Capitão Wagner, sobretudo se o senador Tasso Jereissati, do PSDB, concorrer ao governo (o que é muito difícil) e o parlamentar sair em dobradinha para o Senado.

Há quem coloque ainda mais lenha na fogueira que ameaça sapecar o peemedebista, parecendo até um "fogo amigo". Argumentam nos bastidores que Cid "está eleito", repito (mesmo sem combinar com o eleitor), mas Eunício Oliveira vai sair se explicando na aliança com o anterior adversário e vai, assim, perder tempo e votos. Não deixam de ter razão os anônimos e virulentos comentaristas do PDT, mas não entendo como o desgaste da aliança só atingiria um lado, o do senador peemedebista, e não também o lado do clã Gomes, incluindo aí o governador Santana. É claro que os dois caciques (do PMDB e PT/PDT) estão pesquisando tudo e que o resultado tem aparecido favorável, mas não esqueçam o que dizia o famoso craque do passado, Didi, que "treino é treino e jogo é jogo".