Lula quer ser um homem público à imagem e semelhança do ditador cubano Fidel Castro ou mesmo de Jesus (lembre o julgamento de Cristo pelo Sinédrio, a manipulada libertação de Barrabás por Pilatos e o que ficou na história). Claro que é tudo diferente das pretensões deificantes de Lula da Silva, condenado já em segunda instância a 12 anos e um mês por roubo do dinheiro público.

Três entrevistas deram origem ao livro "A Verdade Vencerá - o povo sabe por que me condenam". Nelas, Lula narra tudo e diz até estar pronto para enfrentar a prisão, rechaçando a possibilidade de fuga. O desejo é passar à história como um mártir e não como um ladrão, ainda que na crucificação, Jesus tenha ficado entre dois ladrões, que foram salvos. No paralelo, Lula da Silva, condenado por roubo, que segurar o discurso político que será usado por seus seguidores: o do preso político, injustiçado, que um dia será absolvido pela história.

O quadro está completo. Há até o Judas Iscariotes, o traidor, com uma pequena diferençazinha: o traidor passado cometeu suicídio, o atual ficou com o que restou do poder. Também se percebem diferenças fundamentais na parte em que ele (Lula) encarna o ditador Fidel Castro, no discurso "A História me Absolverá", defesa do advogado e líder da revolução cubana, Fidel Castro, no julgamento do ataque fracassado ao quartel Moncada, em Santiago de Cuba. No final, Fidel diz, na sua estratégia: "Condenai-me, não importa. A história me absolverá." Recebeu 15 anos de prisão. Anistiado em 1955, ele derrubaria Batista três anos depois (informações do jornal O Estado de S. Paulo). Se o plano deu certo para a conquista do poder, não está dando para a história. Os Castro estão saindo do poder (saindo fisicamente, mas o chicote - melhor fuzil - fica) e entrando na história como ditadores cruéis, que atrasaram e sacrificaram Cuba e seu povo.