Parece até que vivemos uma volta aos tempos que se foram e sequer deixaram saudades. Quase fim da década de 1980, quando o marketing ganhou espaço e passou a ser importante nas campanhas eleitorais. Lembro que o senador Tasso Jereissati trouxe para sua primeira campanha ao governo do Ceará uma turma de São Paulo e da Bahia, que tinha ouvido o galo cantar, e aqui foi estabelecida uma campanha (coordenada por Sergio Machado, que depois saqueou a Transpetro, subsidiária da Petrobras) que priorizou a propaganda. Ganhou, da mesma forma que Lula da Silva ganhou em 2002: o outro lado se esgotara.

Chegamos a 2018, depois de um retrocesso econômico e político de 20 anos (e depois também da montagem da maior quadrilha de ladrões do dinheiro público da história mundial), com a máquina inovadora zerada (principalmente de propostas novas) e parece que sobrando apenas como referência aqueles anos criativos do pós-ditadura.

Mal começaram as divulgações e a propaganda (legal ou não) que a falta de inovação ficou explícita. Exemplos não faltam em Brasília e alhures: (1) o pré-candidato presidencial Henrique Meireles (MDB) para se afastar do governo Temer, que serviu até ontem, faz declaração batendo no governo do ex-chefe. Nada mais antigo; (2) Bolsonaro (PP) usa o manjado jogo do bem contra o mal para navegar na polêmica. E as ideias? (3) Ciro Gomes (PDT) tenta, como das outras vezes, articular propostas batidas, mas só é lembrado pelos ataques rombudos; (4) Alckmin (PSDB) tenta reinventar o estado liberal citando a batida frase: tudo que o privado puder fazer o Estado não deve nem tentar, e (5) Marina (Rede) só sabe bater nos mesmos pregos, enquanto Lula da Silva-PT (eita Brasil!) é, à força de lei, mais criativo e dá as mesmas e batidas normas da cadeia. Os demais ainda nem abriram a boca, o que parece melhor.



E no Ceará, nada diferente. O governador Camilo (PT) tentar reeditar “a união pelo Ceará”, época do UDN, PSD e PTB, enquanto a oposição, sem ideias e sem coragem, recorre ao garimpo. Seus dois nomes que endureceriam a disputa, senador Tasso Jereissati (PSDB) e Capitão Wagner (Pros), estão escondidos. Do garimpo, saiu, primeiro (pode haver mais), o general da reserva Guilherme Theophilo. E as armas que deram para ele: frases rotas e uma equipe reserva de propaganda do passado.

Até agora parece que ninguém entendeu a lição que o povo está passando todo dia na mídia.