Caminhoneiros ocupam a frente da sede do STF, sem data para sair, e fazem barreiras em diversas rodovias, por todo o Brasil. Enquanto a situação se agravava integrantes do judiciário, sobretudo o STF, e alguns políticos, comprometidos somente com seus próprios umbigos -principalmente governadores e alguns senadores e deputados -esticavam a corda da briga com o governo. A manifestação do 7 de setembro/21 passado foi o lance final para jogar o país em uma convulsão social, que não abre muito espaço para uma saída sem uma situação de exceção.
Os ministros do STF (um ou outro pode compreender) e a maioria do pessoal dos partidos ditos de esquerda parecem não ter entendido que o caminho da normalidade institucional estava sendo gravemente rompido.
O procurador Augusto Aras (relatamos a fala dele no post anterior) foi quem deu mostras que entendeu e revelou sua preocupação com o rompimento das relações entre os poderes, que movem e guiam a República. Talvez um pouco tarde, mas valeu -e calou fundo- a fala de Aras, que, tomara, possa amenizar discursos arrogantes e antagonistas, expelidos por quem menos tinha condição moral de tais atitudes.
Primeiro vieram os disparates e até a zombaria, como a declarada pelo vice-presidente Hamilton Mourão: "...isso aí tudo é fogo de palha. Zero preocupação". Vieram também as ameaças de impeachment, outras agressões pela mídia engajada (Globo, especialmente) e a recusa do presidente do Senado em receber os representantes do caminhoneiros. Por fim, o patético discurso do presidente do STF: "Ninguém, ninguém fechará esta Corte. Nós a manteremos de pé, com suor, perseverança e coragem", concluindo com a ameaça de que "desprezar decisões do STF configura crime de responsabilidade".
Estavam prontos e misturados os ingredientes da convulsão social.