Havia uma suspeita de que a promessa do prefeito Sarto Nogueira de continuar com as TORRES DE PROTEÇÃO COMUNITÁRIAS era só para contrapor a proposta de segurança do adversário na campanha, Capitão Wagner. Não deu outra: as TORRES ESTÃO ABANDONADAS – algumas funcionam apenas como banheiro da Guarda e da PM. As torres feitas por último só atenderam ao plano de reforma da Beira-mar e do financiamento externo: são as duas torres do Beira-mar (de frente ao hotel Luzeiro e de frente a Pague Menos, onde era a Tia Nair), do Centro, de frente ao Metrô da Praça José de Alencar. Estão lá sem equipamento e não funcionam, portanto.
Pleno desperdício do dinheiro público (cada torre custa na faixa de R$ 2 milhões só na construção) e o abandono de uma grande ideia, que foi concretizada pelo prefeito Roberto Cláudio e teve a adesão do governo Camilo Santana, que financiou sete das 15 TORRES. Mais impressionante é que o governo, à mesma época, lançou ideia semelhante com contêiners, com a PM, em alguns pontos de Fortaleza. Na Praia de Iracema a pouco mais de 200 metros da Torre construída, de frente a Pague Menos, tem um contêiner da PM no calçadão da praia do Crush, rodeada de barracas de venda de bebidas e comidas. Tudo um desperdício.
Em verdade, a PM nunca engoliu as Torres de Proteção da Prefeitura, ocupadas pela Guarda Municipal, que graças ao equipamento passou a ser armada e ter respeito, atuando também na segurança, com patrulhamento de proximidades e equipamento de monitoramento eletrônico. Desde o princípio, a PM faria parte do sistema de patrulhamento, mas nunca aceitou e só fazia de conta que participava de alguma batida ou blitz.
As Torres estão construídas nas áreas de maior vulnerabilidade social (exceção as da Beira-mar, que tem outra função): Jangurussu, Goiabeiras, Barra do Ceará, Vila Velha, Caça e Pesca (já toda enferrujada, para desgosto da comunidade), Canindezinho, Bonsucesso, Por do Sol, Panamericano, Mondubim, Zé Walter, Vicente Pinzón, Praça da Lagoinha e duas na Beira-mar.
É inacreditável que se fale em segurança em Fortaleza e não se leve em conta as TORRES BLINDADAS DE SEGURANÇA COMUNITÁRIA, que agregava importante equipamento para monitorar as ruas, que agora já deve estar sucateado, e pelo novo papel da Guarda Municipal, que volta a proteger prédios e abandona a proteção à vida. Também é impressionante que a PM deixe se acabar valiosos pontos de apoio, pelo menos. AS TORRES, ademais do papel importante na segurança das comunidades mais vulneráveis deveria ser um PONTO DE SOCORRO e a presença do poder público no local, quase sempre dominado pelas facções, na disputa do papel de coator, que seria exclusivo do estado.