Os prefeitos, candidatos à reeleição, se jogam nos eventos de inauguração de obras e serviços, gastando os tubos nas festas pela cidade. São festas caras, feitas apenas para a mídia, que adora, embora também não tenha alcance e, menos ainda, convencimento, e para os próprios servidores, sobretudo de cargos comissionados. Do mesmo modo, enche o prato do pessoal da mídia social que trabalha para a dita prefeitura, que, às vezes, até aumenta a equipe; um trabalho igualmente de baixo alcance e que até inverte os momentos, ou seja, trazendo antes o suor e não o planejamento, ou seja a tática antes da estratégia.

Em verdade, quem quiser ver, basta prestar atenção (em cada local que chegar), o prefeito está gastando muito para receber os aplausos, os gritos de “vamos lá, prefeito” (às vezes ate criam frases) e falando para o seu próprio pessoal (sem medo de errar). Saí da Floresta, por exemplo, e vai para o Pirambu, a Lagoa da Zeza, a Barra do Ceara, o Serviluz. Muda pouco, pouco mesmo. No máximo, acrescenta alguns gatos pingados ligados ao vereador da área, convidado. No passado, quando tinha banda famosa, as pessoas iam pela banda. Agora é apenas o séquito perambulando pela cidade às custas do município.

Mas aí, tem jeito? Pode ser feito um evento diferente, que possa atrair os eleitores que moram nos bairros mais pobres, porque nos bairros mais ricos nem pensar. Não vai ser a mesma multidão festiva e o risco do “peditório” que amedronta o candidato/prefeito, mas há, sim, outros modelos de conversar com eleitor silencioso, que trabalha e que fica em casa.

É o mesmo efeito (e resultado) dos comitês eleitorais. Duvida? Faça um levantamento/pesquisa com os frequentadores das inaugurações e dos comitês e você vai comprovar que mais de 80 por cento são as mesmas pessoas (com a pequena variação da localidade) e de outros candidatos (na eleição municipal, os vereadores). No caso dos comitês você vai identificar ainda que há aqueles – e são muitos – que vão a todos os comitês. Eu já fiz tal levantamento, há alguns anos. Nesse caminhos, é melhor poupar o dinheiro do contribuinte.