Pois é, o texto acima
foi o encerramento de um discurso, na tribuna do Senado, do jurista (e então senador)
Rui Barbosa, no dia 14 de dezembro de 1914, atestando que “a falta de justiça é
o grande mal da nossa terra, o mal dos males, a origem de todas as nossas
infelicidades, a fonte de todo o nosso descrédito, é a miséria suprema desta
pobre nação”. E aí se alguém pensou que essa situação seria o quadro do início
do século passado, errou feio. Nesse mais de um século, se, por algum momento,
deixou de existir, agora voltou, com vigor renovado, e de forma escancarada.
O homem, hoje, não só se
desanima da virtude, rir-se da honra e tem vergonha de ser honesto; tem medo de
ser assassinado. É a situação, por exemplo do dono de um posto de combustíveis,
no município de Russas, situado no Vale do Jaguaribe. O empresário Yuri Guerra,
corajosamente, resolveu vender os mais baratos combustíveis do Ceará, não seguindo,
assim, os preços cartelizados do mercado. Resultado: recebe mensagens
intimidadoras e agora tem de sair de casa em carro blindando, com medo de morrer.
"Não vou mentir, estou com medo. É um momento delicado”.
O empresário resolveu
baixar os preços (há quase um mês) e GANHAR NA ESCALA. Os postos cartelizados
de todo Ceará vendem o diesel pelo valor de R$ 5,99 a 6,20, a gasolina varia de
R$ 5,90 a 5,99 e o etanol na faixa de R$ 4,20 a 4,70. Já o posto do Yuri vende
o litro da gasolina por R$ 5,15, o diesel a R$ 5,33 e o etanol a R$ 3,69. Diferenças
substanciais, que escancara o cartel utilizado. A escala deu certo, ele saltou para
20 mil/dia, sobretudo no caso na gasolina, enquanto os outros estão na média de
3 mil litros/dia. Mas neste Brasil dominado pela criminalidade o empresário está
com medo e teve de contratar seguranças.