Em 2016, a FIESP lançou essa imagem como um apelo. Era o auge da Lava Jato. O Brasil retroagiu. O STF descondenou todos e a imagem vale outra vez.
Fico refletindo sobre o impacto, quase sempre ultrajante, das informações sobre o governo brasileiro e as decisões invasivas e provocativas da Justiça mais graduada deste país e tudo que me vem é tristeza, desesperança e um sentimento humilhante de impotência. Dói profundamente a falta de mesmo um leve tremeluzir de uma luz de esperança na parte mais remota do túnel. O nada deixa um vazio que me afoga.
A ciranda de más notícias, de desmandos, de ataques sobre este país inocente, e seu povo, é esticada dia a dia. Daí, chego a pensar que estou contaminado pelo pessimismo. Procuro, então, conversar com pessoas que ainda revelam otimismo, mas não encontro um só gancho diferente, uma oportunidade que possa abrir sequer uma mínima janela.
Um amigo, que considerei ainda estar esperançoso com o atual rumo, me mostrou um texto que produziu. Dizia, na parte mais importante que “muitos brasileiros expressam uma crescente preocupação com a situação política do país. Há um sentimento, que se avoluma, de que o Brasil está sob uma espécie de ‘ditadura moderna1’, onde a liberdade e a democracia estão sendo sufocadas por um governo inepto e ineficiente. Governantes que deveriam trabalhar para o bem comum parecem, frequentemente, estar envolvidos em escândalos, corrupção e incompetência administrativa, gerando descontentamento e frustração na população”. Foi uma surpresa para mim, e só reforçou o meu desânimo.
Como já fiz centenas de vezes, volto a pensar em caminhos que pudessem produzir uma reviravolta nesse destino cruel que espera o nosso Brasil. Sonho com um Congresso brasileiro, reagindo soberano, como o primeiro poder da República, porque representando o povo; penso no STF se realinhando em defesa da Constituição; penso nas elites financeiras, sobretudo, e nos veículos de comunicação pautando uma resistência para acuar essa escalada à venezuelização do Brasil.
Debalde, quando abro os olhos o que vejo é o STF liberando as drogas, o aborto, mantendo presos um monte de gente sem defesa; é o presidente Lula atacando e querendo derrubar o presidente do Banco Central, defendendo mais gastos, mais impostos, tentando fazer um leilão para comprar arroz (que não precisamos) e depois denunciado falcatrua; é o próprio presidente da nossa República conspirando para fazer avançar o comunismo venezuelano no Brasil; é todo a cúpula dos três poderes indo para a vilegiatura de um evento em Portugal, criado e operado por um desastrado e leniente ministro do STF – uma vergonha.
O que mais machuca é saber que o Congresso Nacional e o Senado, que deveriam atuar como baluartes da democracia, equilibrando os poderes e exercendo o papel de fiscalizar o Executivo, também são partes do problema. A falta de autoridade e de liderança efetiva nessas instituições contribui para um cenário de instabilidade e incerteza, onde interesses particulares estão prevalecendo sobre o bem coletivo.
Essa combinação de um governo incompetente, um judiciário ativista e um Legislativo paralisado cria um ambiente de desconfiança e desespero entre os cidadãos. A censura e a repressão de vozes dissidentes ameaçam os princípios democráticos e restringem os direitos fundamentais, como a liberdade de expressão e a participação política.
Meu único lenitivo é que a sociedade, ainda sentindo os efeitos de tudo e pagando o preço, através dos impostos, vai reagir e ocupar as ruas em protestos grandiosos, pacíficos, mas diretos no ponto, levando o país a um novo destino. Cabe ao povo, dono do poder, que manda exercer através de seus representantes, nem sempre honestos, vai continuar a lutar e vai protestar por um caminho correto e democrático. Só o povo pode mudar esse tortuoso caminho sem esperança.
O desespero é um mau conselheiro. O caso da Bolívia é a prova. O golpe frustrado do general Juan José Zúñiga só piora o quadro de pobreza e desgoverno da Bolívia, espoliada por anos por Evo Morales, um líder de esquerda corrupto. Agora, um ex-ministro de Morales, Luis Arce, tem uma nova chance. Não é comum o aproveitamento certo. O povo sofre, mas só o povo tem o caminho legítimo.