O mundo parece perplexo com a violência nas disputas eleitorais. Há pouco mais de cinco anos o rastro ficou marcante com o atentado a Jair Bolsonaro a facadas. Agora, relembrando épocas passadas, o povo norte-americano foi pego de surpresa com o atentado ao candidato Republicano, Donald Trump, de 78 anos, que luta contra presidente Joe Biden, 81 anos, para conquistar o seu segundo mandato na Casa Branca.


Deixando fora a disputa em Republicanos e democratas ou o acirramento entre esquerda e direita, pela hegemonia mundial, o atentado ao candidato Trump, na Pensilvânia, sábado, dia 13, se teve o objetivo de tirá-lo do caminho, ao contrário, fortaleceu sua força seu favoritismo. Só um rumo bem diferente do que parece, nas investigações do atentado, pode obscurecer a caminhada de Trump à vitória.

O candidato Republicano teve bom reflexo. Pode não ter ouvido os estampidos, mas foi rápido ao sentir a picada na orelha direita, levando a mão, ato contínuo, e percebendo o sangue, ao se abaixar para se proteger dos novos disparos. Em seguida, a segurança tomou conta, armando um escudo humano. Depois foi levado para local não divulgado, ainda gritando para a multidão e erguendo o punho fechado, em desafio.

Tão rápido quanto Trump foram os adversários. O presidente Biden, em nome dos Democratas, soltou, de imediato, uma fala condenando a violência. Mesma atitude que tomou no Brasil o petista Lula da Silva. Evidente que esquerdista brasileiro, pela semelhança, não quis deixar que houvesse qualquer alusão, ou comparação com o atentado a Jair Bolsonaro, ocorrido em 6 de setembro de 2018, na campanha a presidente, em que ele acabou eleito. Na ocasião, Bolsonaro sofreu um atentado a golpe de faca, na região do abdômen, desferido por Adélio Bispo de Oliveira, caso misterioso, nunca desvendado.

A comparação acabou aparecendo e de onde menos se esperava, mas como medida preventiva. E foi o corrupto deputado Federal André Janones, do Avante, que detonou a “vacina”. Sugeriu, sem o menor pudor, que o atentado a Trump foi uma armação, uma “fakeada” da direita para reavivar o ataque a Bolsonaro.

A cerca de 4 meses das eleições americanas, o atentado contra o candidato republicano, Donald Trump afeta um cenário político já tenso e altamente polarizado, lá como aqui. Trump, com 64,8% de probabilidade de vitória, basicamente 2/3, fortaleceu ainda mais a sua preferência no eleitorado.

A violência desencadeou protestos em todos os segmentos políticos, sobretudo os ligados à esquerda, pelo temor de insinuações. Mas houve fortes críticas também ao serviço secreto, que faz a segurança dos candidatos (aqui é a Polícia Federal). Todos acharam estranho que um homem armado de um AR-15 pudesse se infiltrar e se colocar, com vista livre para o local de evento, em um telhado a menos de 200 metros, como indicam as imagens e as testemunhas. O atirador disparou oito vezes em direção ao palco, a partir de uma "posição elevada", configurando o ato, conforme a agência de inteligência, como uma “tentativa de homicídio e ato de terrorismo doméstico, com a intenção de intimidar ou coagir civis ou influenciar políticas de governo”.

Não houve percepção da presença do atirador, mas a reação da segurança foi imediata e o homem de 20 anos, conforme o FBI, foi identificado como Thomas Mattew Crook, morador de Bethel Park, distrito a cerca de 70 quilômetros do local do atentado, na Pensilvânia. A motivação do crime, porém, ainda é desconhecida. O atirador era filiado ao Partido Republicano, mas a agência de notícias AP, apurou ele fez uma doação no valor de 15 dólares, em 2021, a um comitê ligado ao presidente Joe Biden, do Partido Democrata.

O homem vestia roupa de camuflagem cinza e carregava explosivos ou componentes para fabricação de explosivos em seu carro, que estava estacionado próximo ao comício, conforme a imprensa. Os oito tiros resultaram na morte de homem, um bombeiro de nome Corey Comperatore, de 50 anos, pai de duas filhas, apoiador de Trump. Ele teria protegido a família com o próprio corpo. Mais duas pessoas ficaram feridas com gravidade, que foram identificados pela polícia como David Dutch, 57, e James Copenhaver, 74. O estado de saúde das vítimas é estável, segundo a polícia.

Passados dois dias da tentativa de assassinado, o ex-presidente Donald Trump, que foi oficialmente confirmado durante convenção do seu partido, voltou a atuar politicamente e anunciou o nome do senador de Ohio, J. D. Vance, para ser seu vice na chapa à corrida a Casa Branca.

UM PASSADO QUE ASSUSTA

Joe Biden é o 46º presidente dos Estados Unidos. Quatro de seus antecessores foram mortos enquanto estavam no cargo. O mais recente foi John F. Kennedy, em 1963, há 40 anos. Mas, os 40 anos decorridos não foram de paz na política. Muita violência rolou nesse período.

Trump foi alvo durante a sua campanha presidencial e o ato trouxe comparações com o assassinato do candidato democrata Robert F. Kennedy em 1968, um ano que também viu a morte do líder dos direitos civis Martin Luther King Jr. Vamos voltar no tempo um pouco mais para visualizar a persistência da violência contra políticos. Vem desde a época da Guerra Civil Americana, conforme dizem os pesquisadores. Andrew Jackson e Theodore Roosevelt são exemplos históricos.

Está na história. Andrew Jackson enfrentou uma tentativa de assassinato em um momento incomum: durante um funeral no Capitólio. O atirador falhou duas vezes, e Jackson sobreviveu sem ferimentos. Já Theodore Roosevelt, quando tentava sua reeleição, em 1912, foi atingido por um disparo. Mesmo ferido, decidiu prosseguir com seu discurso.

A sorte não favoreceu Abraham Lincoln, James Garfield, William McKinley e John F. Kennedy. Foram assassinados no mandato. Assassinatos que chocaram e mudaram o curso da história política dos Estados Unidos.

Houve ainda inúmeras tentativas que falharam: os incidentes envolvendo Gerald Ford e Ronald Reagan, que sobreviveram e continuaram seus mandatos.

O que se espera é que o presente não tente se igualar ao passado e que o mundo ocidental livre e capitalista não sucumba a essa ameaça. Não há espaço para tolerância com este tipo de atos terroristas. O capitalismo prevalecerá sobre aqueles que querem impor uma agenda contrária à natureza humana, como falou o presidente da Argentina, Javier Milei, através do seu porta-voz Manuel Adorni.