A ameaça repercutiu de imediato e, no Brasil, seu grande amigo e apoiador, o comunopetista Lula da Silva, reagiu, lavando as mãos, como Pilatos: “que elejam o presidente que quiserem”.
Por coincidência, o jornal Estadão, fez hoje um comentário, na Coluna do Estadão, sobre o mesmo assunto e com os mesmos pontos de vista que alinhei. Bom que seja assim.
O Estadão registrou, e agora é minha vez de concordar, que a ameaça de Maduro “é demais até para os padrões de truculência do chavismo, trata-se de uma ignóbil incitação à violência política que merece o mais veemente repúdio de todas as nações democráticas”.
O ditador, desesperado, por que teme uma derrota. As pesquisas não deixam ninguém com tranquilidade. O opositor, o diplomata Edmundo González, mostra pesquisas, de institutos independentes onde tem uma larga maioria das intenções de voto – algo em torno de 60%, enquanto Maduro ficou com cerca de 25%.
Só que nas pesquisas do lado do ditador, a vantagem dele tem a mesma folga de Urrutia. Mesmo com rebate de 25 por cento, que segundo alguns analistas de Caracas, é o que cada um levanta do seu lado, a tendência é de haver uma ligeira vantagem para o diplomata.
De qualquer modo, o ditador prepara o terreno para as medidas extremas. Para fechar sua ameaça sanguinária, o ditador Maduro tomou decisões como se fosse para uma guerra:
A primeira - determinou o aquartelamento dos policiais de todo o país, que ficarão à disposição do Comando Estratégico Operacional da Força Armada Nacional Bolivariana.
A segunda - anunciou que as fronteiras do país serão fechadas a partir da meia-noite de 26 de julho, por ocasião das eleições do dia 28.
A terceira - a suspensão do porte de armas e a proibição de bebidas alcoólicas a partir da mesma data até 23h59 de 29 de julho.
A quarta - Ainda serão vetados a comercialização, distribuição e uso de objetos pirotécnicos, a circulação de cargas pesadas e a realização de manifestações públicas, restrições que são de praxe em processos eleitorais.
A ONU enviará um painel de quatro especialistas para acompanhar o processo eleitoral e produzir um relatório independente e confidencial. A equipe da ONU foi um pedido do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, que busca assegurar a transparência e a legitimidade do processo eleitoral. O Brasil também prepara observadores do processo eleitoral, embora sem especificar o objetivo.