E a Venezuela nem pensa mais em disfarçar. Determina que o Brasil deixe de representar a Argentina no país no mesmo momento em que cerca a embaixada com as tropas batizadas de bolivarianas.

Mais uma vez espelho e seu reflexo se manifestam. Venezuela e Brasil têm como diferença somente o pano, que entre os venezuelanos caiu, enquanto no Brasil os tiranos ainda insistam em deixá-los alto, embora esgarçado nada mais esconda da ditadura aqui instalada.

Você lembra que o embaixador argentino foi expulso no início de agosto, e o Brasil assumiu as atividades consulares do país vizinho, atitude permitida diplomaticamente,

Agora o ditador Nicolás Maduro revogou, sábado (7 e setembro/24), a autorização para que o governo brasileiro represente os interesses da Argentina no país, alegando provas sobre o uso das instalações argentidas para "atividades terroristas" e planejamento de tentativas de homicídio contra o presidente e a vice.

A diplomacia brasileira, como um cururu, diz que vai continuar a representar os interesses da Argentina, inclusive na proteção de quem está na residência, até que se defina um país substituto do Brasil.

O prédio da embaixada está cercado por forças do regime venezuelano. A energia elétrica foi cortada e está sendo abastecida por geradores.

Claro que o ditador e sua vice não correm nenhum perigo. São os insubmissos que correm: a morte ou a cadeia. O candidato que venceu a eleição com mais de 60% dos votos, Edmundo Gonzalez, com prisão decretada, por ter ousado proclamar sua vitória, já pediu asilo na Espanha, enquanto sua maior aliada, Maria Corina Machado, está escondida e é procurada.

Está tudo escancarado lá como aqui, mas o presidente Lula da Silva, e não o Brasil, não tira a máscara: não reconhece nem rejeita o resultado da eleição. Nem interessa mais.

Em nota, o governo da Argentina tomou o único caminho que resta: pediu ao Tribunal Penal Internacional a emissão de ordens de detenção contra Nicolás Maduro e outros líderes da ditadura venezuelana. Equivale as rezas do Papa pela paz.

Já tinha dito que o procedimento realizado na eleição passada se repetiria, quando até um governo paralelo foi criado, com Juan Guaidó.

Agora, o ditador foi mais direto e disse que só larga o poder quando um chavista for eleito, ou seja, só sai do poder quando morrer.

Já no Brasil, ainda com um pano desbotado e gasto, que não esconde a lisa e brilhante abóbada, o cruel toureiro, com suas farpas e bandarilhas, desafia os renitentes lutadores por liberdade.

Resistir é uma luta obstinada. Os bem remunerados comunicadores e jornalistas amestrados, arautos da tirania, zombam de manifestações e dos líderes libertários. Dizem, fazendo um esgar: QUEREM “BRINCAR” DE IMPEACHMENT DE NOVO

O impeachment nunca é uma brincadeira. Ao contrário é um remédio amargo e de risco, mas vale a pena, em defesa da liberdade.

Vem-me à cabeça uma frase que ouvi de servidores da tirania para definir a pobreza dos dominados, que eles repetem como um mantra: a pobreza segue sem ser bonita, mas, de certa forma, é agora mais digna. É tudo que precisam.