Os últimos estertores do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) para manter alguns apaniguados nas tetas do governo apareceram em Brasília. Uma reunião de urgência foi feita entre os integrantes do Pros com a presidente Dilma Rousseff (PT). Nada vazou da reunião, mas sabia-se que o motivo era duplo: 1) serenar os ânimos na cúpula nacional do Pros. Nas últimas horas, o vice-presidente da sigla, senador Ataídes Oliveira (TO), essencialmente, apareceu tentando ataiar a ideia de Cid Gomes lançar um candidato próprio, pregando que ele opte pela candidatura de Eunício Oliveira; 2) conseguir de Dilma a aprovação para o rompimento com o PMDB. Claro que Dilma, com a queda (caiu mais 6 pontos) que vem tendo nas pesquisas, pregou a união. Daí, os estertores de Eunício, querendo que o clã Gomes abarque sua candidatura.

Com o desfecho atravessado das últimas idas e vindas de Pros e PMDB, quem tentou aproveitar o espaço foi a oposição: leia-se PR de Roberto Pessoa e PSDB de Tasso Jereissati (e mais ninguém no CE). O ex-prefeito Roberto Pessoa, com direito legítimo, deu um ultimato ao vacilante Eunício e fortaleceu a sua candidatura ao Governo, garantindo Tasso Jereissati como o candidato a senador e trazendo, ainda, para o time o PPS e o DEM, apesar de Alexandre Pereira, presidente Estadual da legenda, estar confortavelmente acoplado ao grupo de poder do clã Gomes. Já o DEM tem acordo sacramentado com o clã, ainda que só no âmbito estadual (candidato do Pros ao governo), pois no federal votará com Aécio (PSDB).

O fato ressalta, como temos repetido, que poucos políticos têm um apego tão grande às tetas do PODER quanto o senador Eunício Oliveira (PMDB). Ele já esticou tanto a corda da mamata que está quase impossível estabelecer um arco de aliança, como ele pretendia, na candidatura dele à sucessão de Cid Gomes (Pros). Já há quem acredite que ele (Eunício) não terá coragem de ser candidato se o custo for o rompimento com o governo do Ceará e, principalmente, com o governo federal. Não duvidem se ele, oportunista como é, tentar segurar tudo até entender se Dilma sai para a entrada de Lula ou se ela permanece candidata mesmo com o risco de derrota. Aí poderá ser tarde demais!




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Nos últimos momentos, a presidente Dilma Rousseff (PT) deixou que se tornasse explícita a fratura de sua linha de condução à sucessão. Caiu mais 6% na última pesquisa do Ibope e complicou bastante a sua vida sucessória. A fraqueza do Governo e da presidenta funcionaram como uma deixa para o PR lançar o nefasto movimento “VOLTA LULA”, um discurso que é fatal para as pretensões de Rousseff. Veja o resultado da pesquisa: em fevereiro, a CNT/MDA apontava 43,7% das intenções de voto para a petista. Já na pesquisa atual (28/04/14), Dilma aparece com 37% dos votos. O pior é que Aécio Neves (PSDB) teve um crescimento de 4,6%, indo de 17% para 21,6%, enquanto Eduardo Campos (PSB) teve incremento de quase 2 pontos em suas intenções, indo de 9,9% para 11,8%.