Em passado não tão remoto foi candidato a governador do
Ceará o atual deputado federal CARLOS
MAURO CABRAL BENEVIDES, chefe do clã Benevides: Regina Maria, Carlos Benevides
(foi cassado como deputado federal, como um dos Anões do Orçamento, e é um bem
sucedido construtor), Mauro Filho (deputado estadual por cinco mandatos e atual
candidato a senador pelo PROS), Glaucia, Carlos Afonso (o Fonfom dos carros
importados) e Carlos Régis (que foi vereador e hoje é um empresário bem
sucedido – um dos maiores locadores de carros ao governo do Ceará). De volta ao
passado, vivia-se o ano de 1982 e Mauro Benevides (então MDB, hoje PMDB) foi o
principal adversário de Gonzaga Mota (PDS) na eleição. O terceiro disputante
foi o municipalista Américo Barreira (PT), já falecido.
Consta que Mauro Benevides, naquele ano, quis iniciar sua
campanha – como fez agora Tasso Jereissati, postulante ao Senado, em coligação
com o Eunício Oliveira (PMDB) – em PACATUBA. O jingle de sua campanha era a
paródia “...aonde Mauro vai o povo vai atrás...” (https://www.youtube.com/watch?v=kNbM7xoDrOU),
e foi embalado por essa envolvente música que Mauro desceu do carro em
Pacatuba, boquinha da noite, em frente à sede do partido, como tinha combinado
com os correligionários. Nem bem desceu do carro, viu chegar correndo um jovem
peemedebista, em farda de gala, que pusera, como integrante da Polícia Militar,
para recepcioná-lo. Mauro, que sempre teve uma boa veia humorística, não
resistiu ao comentário, que fez em voz baixa ao aliado que o acompanhava: “olha
Marcos Melo (ex-vereador de Fortaleza), nosso aliado de Pacatuba já está se
insinuando para ocupar a Casa Militar”, deu um meio sorriso e se empertigou
para receber o correligionário.
Mauro foi o segundo mais votado (29,23%) naquela eleição,
ganha por Gonzaga Mota – apoiado pelos três coronéis, que lotearam o Estado em
três fatias (veja abaixo resultado das eleições de 1982, para o Governo e para
o Senado). Mauro Benevides, ainda hoje no PMDB, não foi governador, mas chegou
a senador e a presidente do Senado e do Congresso Nacional, mesmo cargo que seu
filho Maurinho agora disputa pelo PROS. Mesmo que em outras legendas pai e
filho nunca estiveram longe. Nos últimos anos, é Maurinho quem faz toda a
engenharia financeira para eleger o pai. Mas, um e outro já tiveram que
suportar pesadas farpas em palanques diferentes, às vezes adversários. Em
passado mais recente, Maurinho, ao lado de Ciro, com quem sempre esteve, e de
Tasso Jereissati, no então PSDB, teve de engolir ataques ao seu pai no palanque
do PMDB. Hoje, a história se repete, mas com algumas inversões e mudanças de
nomes e de partidos. Mauro pai continua no PMDB e está no palanque de Eunício
Oliveira, onde também está Tasso Jereissati, disputando contra seu filho,
Maurinho, uma vaga ao Senado. Será o pai agora a escutar ataques ao filho?
Mauro Filho mudou de partido e está no palanque do PROS, acompanhando o clã
Gomes, que, no passado, fez ataques ao Mauro pai. É a dinamicidade da política.
Resultado
da eleição para governador de 1982:
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, houve 277.124 votos em branco (14,16%) e 41.341 votos nulos (2,11%), calculados sobre o comparecimento de 1.956.747 eleitores.
Candidatos a governador do estado
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Candidatos a vice-governador
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Número
|
Coligação
|
Votação
|
Percentual
|
11
|
PDS (sem coligação)
|
1.149.468
|
70,16%
|
||
15
|
PMDB (sem coligação)
|
478.853
|
29,23%
|
||
13
|
PT (sem coligação)
|
9.961
|
0,61%
|
Resultado
da eleição para senador 1982
O resultado das eleições permitiu ao PDS manter as
vagas senatoriais destinadas ao Ceará afinal estavam em curso os
mandatos de Almir Santos Pinto (suplente de César Cals)
e José Lins e a eles se juntou o ex-governador Virgílio
Távora, eleito senador em 1970. O passamento deste último
em 1988 permitiu a efetivação de Afonso Sancho.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral houve
313.527 votos em branco (16,02%) e 50.177 votos nulos (2,56%) calculados sobre
o comparecimento de 1.956.747 eleitores.
Candidatos a senador da República
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Candidatos a suplente de senador
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Número
|
Coligação
|
Votação
|
Percentual
|
11
|
PDS (sem coligação)
|
1.120.069
|
70,31%
|
||
15
|
PMDB (sem coligação)
|
463.496
|
29,10%
|
||
13
|
PT (sem coligação)
|
9.478
|
0,59%
|