Até que enfim uma pauta na imprensa cearense sobre a seca no Estado. De São Paulo sabíamos tudo, mas dos rincões cearenses e nordestinos, nada. Agora vem a confirmação: açudes no Ceará atingem o nível mais baixo, o que projeta para dezembro próximo um quadro mais que preocupante. A Cogerh, empresa que faz a gestão (melhor dizendo, acompanhamento) da água no Ceará estima que no final do ano o volume disponível seja apenas de 20%.

Apesar do baixo nível de reserva, a situação do Ceará, segundo a Cogerh, ainda não é de alto risco. Apesar da instabilidade, o sistema ainda funciona em toda a sua potencialidade, abastecendo, inclusive, os projetos irrigados. Mas, o monitoramento maior é reforçado no que se refere ao abastecimento da Região Metropolitana, com 3,5 milhões de habitantes e 90% da atividade industrial. O açude Gavião, em Pacatuba, está com 93,8% da capacidade, o que não reflete uma situação de normalidade, porque o reservatório serve de chegada para o sistema do Eixão das Águas: uma transposição das águas do Castanhão (Alto Santo), abastecido pelo rio Jaguaribe. Do Gavião, 90% das águas suprem a Região Metropolitana e 10% vão para o polo industrial do Pecém.

Nordeste todo, eu não sei, mas o Ceará parece estar melhor que São Paulo. Será que vamos receber retirantes paulistas?