Os candidatos Camilo Santana (PT do clã) e Eunício Oliveira (PMDB) devem estar de barbas de molho depois das declarações do presidente do PT, Rui Falcão, em visita ao Ceará. Ele disse que a regra da presidenta/candidata Dilma Rousseff (PT) é a da "neutralidade", critério a que não estará sujeito o ex-presidente Lula da Silva (PT). Traduzindo, quer dizer que Dilma só virá ao Ceará se puder subir nos dois palanques, caso contrário, não virá, enquanto Lula da Silva está compondo sua agenda, que ainda não contempla uma vinda ao Ceará para nenhum dos lados. Lula só tem agenda para Pernambuco, Rio Grande do Sul e Bahia.
Mas não é só esse o recado/advertência do presidente Falcão. Prestem atenção Eunício e Camilo, já que, para o petista, os dois são farinha do mesmo saco, separados, na campanha, somente por interesses políticos particulares. Cada um tem o seu projeto de dominação e dele não abre mão. Desse modo, o PT nacional “observará o desenvolvimento da campanha” para decidir qualquer participação. A legenda ficará de olho, por exemplo, no comportamento de Eunício, que disputa ao lado de adversários históricos do PT, como o ex-senador Tasso Jereissati (PSDB). A advertência, que soa muito mais como uma chantagem, vem acompanhada de uma ameaça:
"... apesar do distanciamento na disputa pelo governo, Dilma e Lula poderão pedir votos Mauro Filho (Pros), candidato a senador da chapa petista. Ninguém pediu, mas, em tese, é possível”.
