Eduardo Campos em recente visita ao Ceará

Que estranho desígnio. Que estranha mensagem foi passada. Foi um momento que trouxe mudanças profundas. Nada mais, no cenário da campanha eleitoral, será como antes. Eduardo Campos, de existência fugaz como candidato, não teve tempo sequer para fazer trilhas de marcas mais profundas. Podia até nem chegar a tomar forma de um candidato vencedor, mas sua saída intempestiva deixou na cabeça dos eleitores, sobretudo os mais antenados, um vazio de curiosidade sobre quem era e a que estava destinado o neto de Miguel Arraes, que morreu, aos 49 anos, no mesmo dia em que morreu seu avô, aos 88 anos: 13 (de agosto), o número do PT.

Com o avô Miguel Arraes, de quem foi secretário

Quando tomei conhecimento da morte de Eduardo Campos, que conheci como secretário de Miguel Arraes, então governador de Pernambuco, no final da década de 80, minha primeiro reação foi de incredulidade. Não parecia possível. Só acreditei quando vi na TV a notícia e os destroços do malvado avião. passei alguns minutos aéreo, tentando assimilar aquela morte tão trágica e impensada. Só cai na real quando chegou alguém ao meu lado e indagou, sem delongas e muito menos sem cerimônia, como ficaria a campanha e se Marina não seria agora a próxima PRESIDENTA?

Pensei nas profundas repercussões em nível nacional e até em nível estadual. Como o eleitor vai responder a esse "input" não dá ainda para prever, mas é, claro que, salvo erros de percurso, Marina Silva sairá magoada mas também cabeça de chapa e beneficiada eleitoralmente do acidente. No Ceará, não é bem o caso, porque a candidata escolhida não tem qualquer identidade com o eleitor, mas, por aí afora, o PSB pode também melhorar seu desempenho eleitoral. A campanha vai seguir, mas vai ficar, pelo menos para mim, a sensação de que algo está faltando.