Será que o "Padim" Cícero entendeu errado?
O cenário político brasileiro está passando por profundas transformações. A deixa foi a atordoante morte de Eduardo Campos, candidato a presidente do Brasil pelo médio PSB. Mudanças dessa casta são ocasionadas quase sempre pelo abrupto rompimento do esgarçado "status quo". A política passa pelo mesmo momento de redescoberta por que passa o futebol brasileiro, outrora o melhor do mundo, acionada a partir da estonteante goleada de 7x1.
Sobre o que virá é muito cedo para qualquer previsão, mas sabemos já que mudanças estão em curso, mas não implica necessariamente que tudo que virá será novo e bom, até porque as transformações ocorrem sobre o mesmo barro, tendo ao alto o mesmo teto e sujeita a regras que pouco ou quase nada têm de novo. Basta ver que o STF está de novo presidente, que é o velho conhecido ministro Ricardo Lewandowski, simpático à causa petistas e aos mensaleiros, como ficou demonstrado no histórico julgamento.
Marina Silva, herdeira, menos do espólio e mais de um projeto de governo que se construía, ainda que infectada com o vírus do modelo esgotado, realimenta-se e anaboliza-se no episódio que ceifou a vida do neto de Miguel Arraes, que muitos dizem que era filho do cantor Chico Buarque de Holanda. Marina mergulha na tristeza da despedida, mas emerge dela cabeça de chapa do PSB à presidência da República com enormes possibilidades de equilibrar ou até mesmo de virar o mapa das preferências eleitorais, conforme as medidas apontaram até hoje.
Sabem os outros candidatos que a candidatura Marina, apequenada no papel de vice, se naturalmente surgiria mais forte, propelida pela comoção do surpreendente acidente se converte em uma perigosa e atraente candidata. O PT nem perdeu tempo em negar e já faz a conta com o segundo turno. O PT perde se Marina for a indicada e se ela não for a escolhida, pois setores do PSB podem migrar para o ninho tucano. Pelos lados do tucano Aécio Neves, o raciocínio é o mesmo e ninguém esconde que Marina candidata garante o segundo turno.