PRIMEIRO DIA DO PROGRAMA ELEITORAL
Dos 11 candidato, apenas três, em verdade, desperta atenção: Eduardo Campos (Marina), Dilma Rousseff e Aécio Neves. Os oito restantes estão no mesmo patamar, com pouco tempo de programa e menos ainda do que dizer. Não dá sequer para prestar atenção. Sei - e espero - que todos os candidatos e seus marqueteiros ajustam o programa no decorrer dos 45 dias de divulgação. E esse ajuste é feito com base em pesquisas e até mesmo com base no que fazem e dizem os outros candidatos, afinal, um bom programa é 99% de transpiração e 1% de criação.
EDUARDO CAMPOS/MARINA
O PSB usou o tempo para fazer uma última homenagem a Eduardo Campos, que foi o candidato do partido até o último dia 13/08/14, quando morreu, vitima de um acidente aeronáutico. Marina Silva, que tomou o lugar do neto de Miguel Arraes, nem apareceu, mesmo chorando ou de luto. Não ajudou, nem atrapalhou.
AÉCIO NEVES
O PSDB fez uma pequena homenagem a Eduardo Campos, e usou o restante do tempo para dar boas vindas ao Brasil e ao eleitor. Não houve, realmente, uma apresentação do candidato, que deve vir no decorrer dos demais programas, pois não acredito que o genial marqueteiro dele ache que Aécio Neves já é por demais conhecido do eleitor. Na mensagem de boas vindas, de mais ou menos 4 minutos (tempo total é de 4m34s), Aécio fez um discurso bom, ora "on" ora "off", revezando com o povo e o país em diversas situações, inclusive simulando audiência, com gente prestando atenção à fala. Ficou bom, mas ficaria melhor fosse mais curto. Não lembro muito o que foi dito, mas para encerrar veio uma música para falar sobre o bem-vindo. Só uma nesguinha, que deixou o gosto de quero mais para saber o que dizia no todo. Vai melhorar, com certeza.
DILMA ROUSSEFF
Óbvio o programa do PT & Cia. Fez um balanço da administração dela e de Lula, apresentando um rol de benefícios, que nunca vi na prática, culminando por dizer que o governo de PT tirou da miséria 25 milhões de pessoas. Será que estão falando do pessoal que recebe Bolsa Família? Se for, é mentira, porque o pessoal do Bolsa continua numa miséria de lascar. O Bolsa, que não nasceu com o PT de Lula/Dilma, embora ele queira essa paternidade, pode se gabar de ter reduzido (muito) a fome, mas a miséria continua enorme neste Brasil "gigante pela própria natureza".
Como o programa é quase do tamanho de um capítulo de novela (11mn04s), da Record ou SBT, deu tempo ainda para mostrar Dilma mais ou menos perto do povo (pegando na pontinha dos dedos), na cozinha, com saudade da família, falando sobre o que é governar e da necessidade de um segundo mandato, para completar uma das duas falas de Lula da Silva sobre o assunto. O genial marqueteiro de Dilma apresentou Lula da Silva, que poderia parecer o candidato se não aparecesse tão envelhecido. A voz e o tom de dono da verdade popular estavam intactos. Lula da Silva teorizou (como doutor honoris causa de diversas universidades do Brasil e do mundo) sobre a importância do segundo mandato:
Fiz um segundo mandato muito melhor que o primeiro, pela experiência e por conhecer melhor os caminhos. Sei que nem todos os brasileiros estavam convencidos em votar em mim uma segunda vez, mas quem votou não se arrependeu. Fico pensando no prejuízo para o Brasil que teria sido entregar a presidência para um qualquer, naquelas condições. Quantos projetos e planos não teriam sido desfeitos e abortados?
Apesar de ter visto, tantas vezes, Lula da Silva falsear verdade, achei deslavada a arguição dele, mesmo dando o desconto da característica inerente do horário eleitoral - fantasia e promessa. para ficar só em um ponto da fala dele, digo que conheço, no pequeno universo de conhecimento, centenas de pessoas que se manifestaram arrependidas de ter votado uma segunda vez em Lula e mais ainda no PT.
OS DEPUTADOS FEDERAIS
Não faria comentário sobre o horário dos deputados federais do Ceará, que se seguiram aos programas dos presidenciáveis, mas vi maus trabalhos e algumas burlas (disfarçadas) à legislação, que motivaram minha apreciação. Poucas vezes vi o simples, o elementar ser tão aviltado como no horário da coligação do candidato Eunício Oliveira (PMDB & Cia.). Nossa, deve ter juntado alguns poucos (cabia mais) e colocado na sequência no tabefe. A vinheta de separação era a LOGO do partido aparecendo no meio do vídeo, perdida, com BG qualquer.
No horário dos deputados federais da outra grande coligação - os 18 partidos ajuntados pelo clã Gomes -, colocaram o candidato Camilo Santana para fazer conhecimento, ao arrepio da lei, mesmo disfarçando a presença dele em uma apresentação dos deputados. Não precisa tal desespero. O tempo dos muitos partidos e candidatos foi bem cuidado, com vinhetas e fundos (cenários) coerentes.
O tempo dos candidatos a deputado federal do PSB, foi suprimido e substituído por uma homenagem a Eduardo Campos (morto em acidente aeronáutico). Normal, se a candidata da legenda, Eliane Novais, não se aproveitasse para ocupar o espaço, farta em elogios e com cara de choro e luto. Ficou forçado(a).