Saiu
o DataFolha. Para governador do Ceará (juntando a anterior e atual): Eunício
Oliveira (PMDB) – caiu de 47 para 41%; Camilo Santana (PT do clã) – cresceu de
19 para 31%; Eliane Novais (PSB) – caiu de 7 para 4%; Aílton Lopes (PSOL) – oscilou
de 4 para 2%.
Para
Senador (juntando a anterior e atual): Tasso Jereissati (PSDB) – oscilou de 53
para 54%; Mauro Filho (Pros) – oscilou de 18 para 20%; Geovana Cartaxo (PSB) e
Raquel Dias (PSTU) estão empatadas com 2%, cada.
Quanto
ao pessoal que ainda não sabe em quem votar e para aqueles que ameaçam não ir
às urnas ou prometem anular seus votos não houve quase alteração; somente
oscilação, o que prova que o quadro não passa por grande revolução.
Taí,
se o político estava perdido com a falta de pesquisas, já começou a época da
safra – saiu o DataFolha (03/09/14) e o Ibope deve vir até o sábado. Muitos
foram os boatos, que subia e descia cada candidato, mas agora tudo se coloca em
seu devido lugar, já que não há surpresa. É um resultado no intervalo do
esperado. Se o candidato peemedebista comemorou os resultados anteriores o fez
de bobo. Tenho dito – e repito – que uma eleição é decidida a partir da
estrutura partidária, dos recursos e do tempo de mídia (TV ainda é o mais
importante veículo). Pode alguém ganhar se não tiver tudo isso? Pode, mas não é
a regra e sim a exceção. Marina Silva, presidenciável do PSB, está aí provando,
por enquanto, que pode acontecer. Seus adversários – Dilma, sobretudo, e Aécio
ainda apostam que ela míngua, principalmente pela pequena estrutura e meios.
A
pesquisa é importante, faltando um mês para o dia do voto, para que os
candidatos realinhem suas estratégias. Para
o eleitor, que fica em casa e acompanha tudo de longe, pesquisa faz pouca
diferença, embora muita gente argumente o voto útil, que existe, mas somente
nos dias finais e muito mais em virtude do rumor sobre o vencedor.
CAMPANHA: A PARTIR DE AGORA VAI
VALER O DESEMPENHO PESSOAL
Camilo
e Eunício, que polarizam o pleito, estão iguais na estrutura partidária e no
volume de recursos que foram e que serão ainda aplicados na campanha. Na TV, do
mesmo modo, mantêm semelhanças. O candidato Camilo tem ligeira vantagem, mas
nada que seja significativo e que implique em derrota ou vitoria. Na entrevista
que deu dois dias antes da publicação da pesquisa do DataFolha, o governador do
Ceará, Cid Gomes (Pros), já tinha conhecimento do resultado, talvez pelo que
recebe de suas pesquisas internas, incluindo a “eye tracking”, que faz coletas
de parcelas diárias, dispensando a mais antiga. Ensinou, em seguida, que até
agora valeram o apoio da liderança e o apoio político,
que dá para “elevar até o patamar dos 30%”, mas o restante “depende das pessoas,
da campanha em si”. É isso mesmo e é nesse ponto que entra o papel mais
importante do marketing.
Em
síntese, incluindo o despenho dos candidatos ao Senado, Camilo chegou ao seu
patamar da estrutura partidária e do dinheiro, enquanto Eunício ainda está
inflado de “recall” (recordação, literalmente). E o item rejeição (já que não
se levanta conhecimento) mostra isso. Camilo aparece com 20% e Eunício com 16.
Para mim, está claro que Camilo tem mais baixo conhecimento que Eunício e,
portanto, caixa para subir até quatro (04) pontos, naturalmente. A partir daí
vai depender de cada um e, nesse estágio é fundamental o desempenho na TV,
principalmente, e nas ruas. E nesse item, Camilo Santana, que ajustou o
programa (ainda aparece quase sem emoção e pouca empatia), está levando
vantagem. Eunício continua a apostar no modelo piegas, em que aparece como “gente
que faz” e com cara de choro. É ruim, agrada os mais velhos, mas não agrega, ou
seja, não significa votos, notadamente para os mais jovens. O tempo, que
sobrava, agora está no limite. A equipe tem de ajustar o avião em pleno voo.
Quando
à candidata do PSB, Eliane Novais, aconteceu como disse. Ele não soma, não tem
identidade, mesmo ao lado de Marina Silva. Não passa verdade no que fala (seria
bem diferente com Nicole Barbosa) e não agrada. Melhorou um pouco a forma
(ainda ruim), mas o conteúdo é péssimo, incluindo a música, que começa negando –
“NÃO SE ENGANE..”. Desceu de 7 para 4%. Aílton Lopes deu exemplo confessando o
que muitos escondem também não agradou. Oscilou de 4 para 2%.
O
resultado projeta uma vitória de Eunício no segundo turno, o que é uma
consequência natural do resultado das intenções de voto de primeiro turno. Mas,
a fotografia do momento traz um desenho complicado. O encolhimento dos dois
candidatos complementares arroja uma quadro em que uma maioria de 5 pode ser
suficiente para a fatura ser liquidada em primeiro turno. Cuidado!
TASSO
SEGURA VANTAGEM
Depois
de mais de 15 dias, ex-governador Tasso Jereissati (PSDB) segurou sua vantagem
no patamar de cima. Oscilou de 53 para 54%, enquanto Mauro Filho de 18 para
20%. No atual estágio, só um risco para o candidato tucano: um crescimento
desenfreado de Camilo Santana, puxando a decisão para o primeiro turno. Aí,
ainda que não fosse fácil, haveria a possibilidade de ele arrastar Mauro Filho
com ele. Se seguir no atual diapasão, com Camilo e Eunício se enganchando,
previsivelmente, o primeiro nos 36 a 38% e o segundo nos 40 a 42%, Jereissati
não corre risco de sair derrotado, como da outra vez, ainda que seu programa de
TV não seja agregador. E para senador não há segundo turno, mas é uma das
últimas escolhas do eleitor.
MARINA
X DILMA X AÉCIO
No
cenário nacional segue a ofensiva para derrubar Marina Silva (PSB), arrimada na
fragilidade de tempo de TV, na reduzida estrutura partidária e nos poucos meios.
A presidenta/candidata e o candidato tucano avaliam que Marina cresceu na comoção
pela morte de Eduardo Campos e a decorrente avalanche de mídia que ela recebeu.
Agora, que tudo (em termos de mídia) está normal, Marina deveria encolher. Sem
dúvida que a candidata petista tem 4 vezes mais de tempo de TV, estrutura e
meios. Aécio tem pouco mais que o dobro.
Racionalmente,
aconteceria o que petistas e tucanos projetam. Mas não está dito que seja
assim. A exceção é que faz a regra. Apesar do bom conteúdo do programa no
curtíssimo tempo que tem na TV e a pequena estrutura partidária (que se
agiganta com o movimento voluntário), esquecendo a grana – que, no caso, não é
definitiva –, se Marina se sustentar (ou mesmo oscilar positivamente) até a próxima
rodada de pesquisa poderá ficar blindada, e é um desiderato possível, auxiliado
pela ação dos adversários, que busca ser deletéria, mas a mantém na mídia. Nesse
caso até os ataques seriam reduzidos, porque aí Aécio e Dilma se engalfinhariam
pela segunda vaga do segundo turno. Falta pouco.