Não foi realmente bem recebida a pesquisa do DataFolha sobre o desempenho do candidato Camilo Santana ao Governo do Ceará. Primeiro, foi a onda de boatos de que o secretário de Saúde, Ciro Gomes, por discordância dos rumos da campanha, teria agredido o candidato do clã, Camilo Santana (PT). Agora vem o anúncio de licenciamento de Cid Gomes do cargo de governador do Ceará para se dedicar integralmente à campanha do seu pupilo, e também à campanha do candidato a senador, Mauro Filho (Pros). 

Efetivamente, o candidato Camilo está no risco de ser derrotado no primeiro turno. Está se segurando apenas na beirada menor da margem de erro dos votos válidos: Eunício Oliveira 51% Camilo Santana 44%, Eliane Novais 3 e Aílton Lopes 2. Na soma, 51 a 48%. Mas, considerando a margem de erro de 3% (para mais ou para menos), o peemedebista poderia oscilar entre 48% e 54%.

A campanha vive o período da reta final, considerada crucial para a candidatura ainda com chance de se posicionar em busca da vitória ou de levar a disputa para o segundo turno, o que é o caso das chapas do PMDB, com Eunício, e de Camilo, com o PT do clã. O peemedebista arrocha o nó para se segurar no patamar dos 40% das intenções de voto e o petista, até agora no papel do “bom rapaz”, tem de passar dos 34 e se aproximar o máximo possível (ou até passar) para garantir a segunda volta. Estratégias de chegada devem estar em gestação para ocupar os espaços, sejam na mídia, sejam nas ruas.


O besta que pousa de coordenador da campanha peemedebista, Gaudêncio Lucena, como nada sabe, pois reina, mas não governa, afirma que a campanha do peemedebista é sigilosa. “Tenho que fazer o meu trabalho sem que o adversário perceba. Você, em uma guerra, o inimigo não pode saber quais são suas estratégias. Depois da guerra que a gente conta a história”. Ahahahahah! 

Já o coordenador meia boca do candidato do PT do clã, Nelson Martins (PT), é mais humilde e aberto com a estratégia. Afirma que as duas últimas semanas de campanha serão usadas para intensificar atos de campanha, especialmente nos municípios de maior população. E está certo. A prova é o licenciamento do governador Cid Gomes para se dedicar totalmente ao trabalho de campanha em favor dos seus candidatos ao governo e ao senado. Ninguém das grandes candidaturas quis falar os candidatos pequenos apostam nos debates. Há pelo menos seis debates previstos. São importantes também para os dois concorrentes maiores, e a preparação faz parte da estratégia de chegada.

Nos dias de campanha de Cid Gomes assume o governo do Estado o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Gerardo Pontes Brígido. A vacância se deu com a mamata do vice, Domingos Filho, nomeado ao cargo vitalício de conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios. Já o presidente da Assembleia Legislativa, Zezinho Albuquerque (Pros), não pode assumir porque também está em campanha pela reeleição.