A campanha para o governo do Ceará tem estado no limbo do interesse eleitoral nesta reta final e isto não é bom. Dois motivos produziram esse relativo desinteresse: o exacerbado açulamento da campanha presidencial e a mesmice em que se transformou a campanha estadual. Enquanto Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) medem forças e trocam acusações, galvanizando as atenções de todo o Brasil, no Ceará os candidatos Camilo Santana (PT do clã) e Eunício Oliveira repetem cantilenas que nunca conquistaram atenção eleitoral. Até os debates são ruins, desenxabidos e iguais.

Um fala sobre segurança, o outro também. A fala de um é sobre educação integral, a do outro também. Assim vai na saúde, na mobilidade, no combate à seca, na moradia e até no apoio. Um fala que tem o apoio de Lula e Dilma, o outro mostra Dilma e Lula no programa (participações antigas). As pequenas diferenças estão nos detalhamentos dos planos. Às vezes, cada qual expõe da pior forma. No debate da TV O Povo, que não vi (meu sistema não sintoniza), mas li alguns detalhes no jornal O Povo, vi que Camilo Santana, ao falar sobre a educação, disse que havia escolhido como vice a ex-secretária da Educação Izolda Cela, com foco na situação da Educação do Ceará. É pouco. Ela comandou a educação por quase oito anos e os avanços foram poucos. Depois, Camilo saiu misturando educação integral com profissionalizante. Eunício, sobre o tema, também pouco acrescenta. Diz que colocará 200 mil alunos na educação integral. É tudo muito pequeno, pouco e desinteressante.