Nunca vi, em tantas campanhas políticas que trabalhei ou mesmo só observei, no Brasil e em outros países, tanto desespero, tanta apelação. O PT e a presidenta/candidata Dilma Rousseff demonstram tanta ansiedade, exasperação que chego a pensar que o móvel de tal desequilíbrio não está só na vontade de promover o bem comum, que, de uma forma ou de outra - com ela ou com ele -, haverá alguém trabalhando nesse sentido. O desespero parece uma questão de vida ou morte. Parece que estão solapando o meio de vida deles.
Esses últimos dias de campanha na TV e no rádio, e mesmo nas ruas, têm impregnado o ar com uma incomum camada de tensão, campo fértil, entre outras coisas, para fofocas. A todo momento, chegam boatos de todos os níveis. Não se surpreenda, portanto, se houver alguma apelo, nesta reta final, que ultrapasse o jogo que se espera em campanha. Para que você entenda melhor, vou dar um exemplo: uma internação de Lula, que a gente sabe, luta contra um câncer, poderia criar uma comoção. Já vi um candidato desesperado simular um atentado. Não creio que aconteça. Seria um ato inominável de banditismo.
Da forma como chegou até agora, não creio que o programa de TV e mesmo as inserções comerciais tenha mais influência em mudança de comportamento eleitoral. Está esgotado o estoque de ataque e defesa. Está vulgarizada a forma utilizada. Somente um ato flagrante poderia produzir uma mudança de intenção de voto. Melhor seria que cada um dos candidatos passassem agora a investir na alegria, no entusiasmo do eleitor pelo seu escolhido, e nas propostas, ainda que todas sejam muito parecidas. Os poucos indecisos que ainda existem e a pequena cota de volubilidade do eleitor ficarão por conta do desempenho dos candidatos nos debates que ainda serão realizados. Quem errar menos...
CEARÁ: NOVES FORA NADA
O Ceará, com dois candidatos da base do governo Dilma, mostra uma corrida eleitoral ainda mais confusa. Os candidatos alternativos - Camilo Santana (PT do clã) e Eunício Oliveira (PMDB) - se igualam em quase tudo, nas propostas, no meneio de cabeça e, sobretudo, na proximidade com a candidata/presidenta Dilma Rousseff. Um lado e o outro tentam provar que tem uma identidade mais estreita com a presidenta. A razão é simples: no Ceará, a petista tem 72% das intenções de votos, enquanto o tucano Aécio Neves está com apenas 21%, segundo dados do Ibope divulgados pelo Diário do Nordeste. Se Aécio tivesse no Ceará o mesmo desempenho que tem em São Paulo, por exemplo, o comportamento dos candidatos cearenses seria diferente, é claro.
No segundo, como no primeiro turno, Tasso Jereissati (PSDB), senador eleito, não consegue fazer um trabalho que possa melhorar o desempenho de Aécio Neves (PSDB). É só gogó. E Jereissati já voltou ao estágio de semideus que o caracteriza no poder. Desde a confirmação de sua eleição, ninguém mais consegue chegar perto dele. O ponta de lança do PSDB passou a ser o presidente estadual do PSDB Luiz Pontes. Foi a ele que a sem-voto Eliane Novais (PSB) entregou um documento com propostas para confirmar seu apoio a Aécio Neves. Se Aécio soubesse que esse esquema tucano do Ceará nunca deu um voto a ninguém - o que está sendo demonstrado mais uma vez -, tomaria ele mesmo algumas iniciativas. Como não é possível, o jeito é deixar tudo nas mãos de voluntários, como disse o deputado eleito Raimundo Gomes de Matos (PSDB), com a iniciativa denominada de "Caravana Ceará Azul", que tem por objetivo aumentar a visibilidade do presidenciável tucano. Fraco!
No segundo, como no primeiro turno, Tasso Jereissati (PSDB), senador eleito, não consegue fazer um trabalho que possa melhorar o desempenho de Aécio Neves (PSDB). É só gogó. E Jereissati já voltou ao estágio de semideus que o caracteriza no poder. Desde a confirmação de sua eleição, ninguém mais consegue chegar perto dele. O ponta de lança do PSDB passou a ser o presidente estadual do PSDB Luiz Pontes. Foi a ele que a sem-voto Eliane Novais (PSB) entregou um documento com propostas para confirmar seu apoio a Aécio Neves. Se Aécio soubesse que esse esquema tucano do Ceará nunca deu um voto a ninguém - o que está sendo demonstrado mais uma vez -, tomaria ele mesmo algumas iniciativas. Como não é possível, o jeito é deixar tudo nas mãos de voluntários, como disse o deputado eleito Raimundo Gomes de Matos (PSDB), com a iniciativa denominada de "Caravana Ceará Azul", que tem por objetivo aumentar a visibilidade do presidenciável tucano. Fraco!