Já dissemos, como também disseram todos os veículos convencionais de comunicação impressa e eletrônica que o segundo turno das eleições (presidencial e estadual) vai ser marcado pela agressividade. A própria presidenta/candidata Dilma Rousseff (PT) já deu o tom, na entrevista pós encerramento das urnas do primeiro turno, trazendo a lume o ex-presidente FHC e colocando ao tambor global da imprensa o ponto focal do seu discurso:
- O pais vai se lembrar na hora de decidir o voto dos "fantasmas do passado".
Em seguida, a petista saiu recordando alguns episódios da era FHC - racionamento de energia, privatizações e o discurso em que ele criticou aposentadorias precoces dizendo que quem deixa de trabalhar antes dos 50 anos é “vagabundo”.
O presidenciável tucano não deixou barato. Respondeu estar surpreso ao ler nos jornais a fala da presidenta Dilma sobre os "fantasmas do passado":
- Na verdade, os brasileiros estão preocupados com os monstros do presente: inflação alta, recessão e corrupção.
Se no cenário nacional vale tudo, "até dedo no olho", como disse um assessor da campanha petista. No ambiente local não será diferente. No Ceará, por exemplo, o governador licenciado, Cid Gomes (Pros), e patrono da campanha de Camilo Santana (PT), já anunciou que o desafio é desconstruir a candidatura do adversário, o peemedebista Eunício Oliveira:
- Vamos mostrar a Fortaleza quem é esse senhor chamado Eunício Oliveira. (…) Fortaleza está iludida por um discurso demagógico. Vamos mostrar às pessoas quem é o Eunício, porque ele é um aproveitador pessoal, é um oportunista, é ambicioso, é um mentiroso”.
A razão é simples, o peemedebista obteve em Fortaleza, o maior colégio eleitoral do Estado, 47,7% dos votos, contra 38% de Camilo.
Eunício Oliveira, com certeza, vai responder ao ataque do governador licenciado. Só não o fez ainda - e nem delegou ao obtuso Gaudêncio Lucena que pousa de coordenador da campanha mas não manda nada - porque quis ser o primeiro a ir a Brasília conversar com a presidenta. O PT só marcou para amanhã (08/10) uma conversa sobre os procedimentos no segundo turno das campanhas alinhadas, principalmente em situações como a do Ceará, onde os dois disputantes seguram o apoio de Dilma e de Lula (que nem foi tão importante no primeiro turno e para os candidatos proporcionais que ele pediu voto).
Eunício quer Tasso Jereissati (PSDB), senador eleito, no seu palanque, mas Jereissati, que não fez muito no primeiro turno, já anunciou que vai mergulhar na campanha de Aécio (agora ele vislumbra a probabilidade de vitória). O próprio vice de Eunício (Roberto Pessoa) também está com o candidato tucano. É claro que, igual a Jereissati, agora Eunício está balançando perto do ninho de Aécio. Foi a Brasília parta chantagear o time petista da Dilma e seus correligionário peemedebistas.
Para o candidato Camilo (e nessas horas vale a pena ser PT), a preocupação é outra. O partido ainda discute presença de Dilma no Estado, mas garante que a campanha cearense deverá investir na vinculação da petista com Camilo. Isso ocorreria principalmente com intenso uso do (novo e criativo) slogan “Dilma lá, Camilo cá”, a ser lançado nos próximos dias e usado na propaganda de TV do petista.
Será uma campanha curta, mas eivada de lances fortes, emocionantes e surpreendentes.