EUNÍCIO OLIVEITA
PMDB
47
41
41
39
CAMILO SANTANA
PT do clã
19
31
34
37
ELIANE NOVAIS
PSB
7
4
3
1
AÍNTON LOPES
PSOL
4
2
1
1
EM BRANCO/NULO/NENHUM

10
8
8
7
NÃO SABE

13
15
13
14


Conforme havíamos previsto, os dois candidatos ao governo do Ceará que tem a maioria das intenções de voto vão chegar embolado no dia do voto, mas ainda assim não se pode dizer que a disputa irá a um segundo turno, pois os dois candidatos nanicos que completam o quadro eleitoral não conseguem um desempenho que os descolem do 1% das intenções de voto. Significa que qualquer maioria superior a 2% pode liquidar a disputa no primeiro turno. Redatores e jornalistas do jornal O Povo, pouco afeitos a análises de pesquisa, tentam opinar elucidativamente sobre o resultado do levantamento, mas apenas rodam em torno dos números fazendo um tratado sobre o óbvio (como fiz acima), nos dois casos – governo e senado. No final, soltam a constatação de que o Ceará vive a mais imprevisível das eleições. Certo.

Vamos falar sério, agora. O eleitor, em verdade, está detestando as alternativas colocadas a ele por um sistema pouco democrático, e diz isso desde o começo. Basta ver o percentual insistente, em torno de 14, 15%, que ainda não sabe em quem votar, mesmo faltando apenas quatro dias. Neste ponto, os indecisos quase nunca ultrapassam os 7%, do jeito que está o pessoal que promete votar em branco, nulo ou em nenhum deles. Em um cenário de aperto, como está em termos de intenções de voto, os indecisos deixam tudo em suspenso. Ou seja, vamos chegar ao dia do voto em total indecisão, podendo sair qualquer resultado.

MINHA OPINIÃO

Quando se arrisca a dar uma opinião sobra sempre o risco de errar. Mas os indicativos todos apontam, ao meu juízo, para um resultado positivo de Camilo Santana, que tanto pode levar a disputa para o segundo turno como liquidar a disputa já no domingo, menos provável, ainda que o peemedebista já tenha liberado sua equipe de produção de TV e rádio. Típico de quem não acredita mais, apesar do esforço de espalhar sujeira desajeitadamente (faltou especialista).

 PARA O SENADO


No caso do Senado, o candidato do PSDB, Tasso Jereissati, está com a fatura liquidada: 58% contra 21 de Mauro Filho (Pros). O milagre que o governador cearense, Cid Gomes (Pros), espera – de que o governador vencedor arrasta o senador – não é mais crível. Basta ver que Camilo sempre cresceu, ao longo de toda campanha, enquanto Maurinho só oscilou empacando na barreira dos 20%. Por ironia, nenhum candidato a governador ou apoiador influiu na disputa para o Senado. Jereissati não foi contaminado pela queda de Eunício, da mesma como não influiu a favor do peemedebista, que não soube fazer a colagem, apesar da tentativa final. Já o efeito anabolizante do clã Gomes, que funcionou em Camilo Santana, de nada adianto com Mauro Filho, que se viu, marcando passo, enquanto o governamentável subia a escada das intenções de voto.

UM DEBATE INSOSSO

Vi o debate da TV Verdes Mares e dou meu testemunho de que poucas vezes via uma discussão tão insossa, com pancadas distribuídas ao acaso e batendo onde não dói, mais. O esgotado caso dos banheiros não deixava maios qualquer olor, mas não saia de pauta, e as propostas, quando tomavam o tempo, não atraia atenção pelo componente repetitivo. Camilo Santana (PT) na mesmice na defesa do caso dos banheiros e nas propostas; Eunício Oliveira (PMDB), repetindo um discurso infrutífero e com o adquirido vício do jogador de futebol, ou seja, falando na terceira pessoa; e Eliane Novais (PSB) perdida entre ela mesma e a presidenciável Marina. Coube a Aílton Lopes (PSOL) patrocinar o melhor momento do debate ao deixar o peemedebista de saia justa e momentaneamente sem palavras, ao indagar sobre um apartamento na Beira-Mar, avaliado por R$ 70 mil, e se ele faria da segurança pública prioridade por ser um bem sucedido empresário do setor da segurança privada.

DUAS CURIOSIDADES

Primeira - por que os dois candidatos maiores ao governo do Ceará não olham direto para eleitor no vídeo. Falam sempre olhando de esguelha, de canto de olho, enquanto viram o rosto para um lado e outro como se estivessem assistindo uma partida de tênis?

Outra – Está certo que o vale tudo final na campanha ao governo do Ceará pode produzir alguma ansiedade e até erro, mas o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (Pros), não precisava desafiar o vernáculo, ao dizer que a “parceria com o governo do Estado” é muito importante e, por isso, “não pode parar e nem voltar pra trás”.