O FRACASSO DAS UPPs
Mais um tiroteio em favelas com UPPs assombra o Rio de Janeiro. É o que dá a questão da segurança ser tratada por amadores e atendendo somente a um dos pontos da estratégia da ocupação. Em verdade, as UPPs não OCUPARAM a favela. Unidades de policiamento preventivo ostensivo fardado foram batizadas de UPPs e transferidas para as favelas, ou seja, mudaram de endereço. OCUPAR é bem diferente. No princípio, até que o movimento funcionou. Os bandidos meterem o pé na carreira, abandonando seus domínios. Ficaram espreitando para ver o que aconteceria no momento seguinte. Quando viram, que era um trabalho meramente localizado, sem qualquer capilaridade, foram, aos poucos, voltando. São os marginais - e não os policiais - que ocupam, hoje, as favelas de novo, impondo seus desejos e "leis".
OCUPAR seria um ação imbricada com diversas outras nas áreas social, de saúde, educação e de esportes, principalmente. As prefeituras e os governos sabem muito bem o que acontece se não OCUPAM TUDO. É assim até quando se retiram casas (e seus moradores) de áreas de risco. Se a área desocupada não for imediatamente ocupada com qualquer equipamento, tudo e todos voltam ao local desocupado. Foi assim com a bandidagem. Depois da ação global e radical, com marginais correndo e gente morrendo, só restou a unidade da PM como um posto avançado. Está tudo como dantes no quartel de Abrantes. O crime continua, o tráfico domina e a favela se submete. Só aumentou mesmo a folha e o custeio da PM.
O programa de segurança pública que deu origem às UPPs começou a funcionar em dezembro de 2008, quando foi instalada a primeira Unidade de Polícia Pacificadora, no Morro Santa Marta, no bairro de Botafogo. Desde então, 38 UPPs foram implantadas. O Rio possui pelo menos 1.071 favelas, de acordo com o Censo de 2010.