Se você viu hoje o programa dos candidatos ao governo do
Ceará na TV deve ter percebido o que falei aqui há alguns dias - a queda da
qualidade quando sai o programa dos presidenciáveis e entra o estadual. Até o
áudio muda. O modelo caixote do candidato Camilo Santana (PT do clã), ou seja,
dele como âncora chamando matérias em profusão, com repórteres ruins de gogó, é cansativo. E os textos lidos
no TP por Camilo também quase não terminam e o menear de cabeça que ele faz,
olhando com o canto do olho deixa o telespectador tonto.
Já o candidato do PMDB, Eunício Oliveira, está segurando o
menear de cabeça, mas adquiriu o sestro de apertar o olho, quase fechando, na
tentativa de passar convicção, sinceridade. Não passa candidato. Fale com
naturalidade. Não finja. Sobre os programas - nacional e estadual - há ainda
outra curiosidade. Deixando qualidade e forma de lado, pegando só pelo
conteúdo, percebemos que os papéis estão invertidos. Nos programas dos
presidenciáveis, é Dilma Rousseff (PT) quem ataca sem trégua o candidato do
PSDB, Aécio Neves, que rebate com elegância, sem passar ódio. Nos programas de TV dos
governamentáveis cearenses é o peemedebista Eunício que segue a trilha de
Dilma, atacando por todos os lados, enquanto Camilo, com desempenho da TV muito
abaixo de Aécio, atua com brandura no programa.
Outra questão que quero advertir ao candidato petista é a
revolta da torcida do Fortaleza, que luta desesperadamente na terceirona pelo
acesso à segundona. É que nos últimos programas Camilo Santana está dizendo que
o ato de governador é duro e que se for eleito governador vai ter que matar um leão por dia. Deixe esse papel
ao Ceará, candidato.