O Brasil envolvido com a crise de governabilidade - que atrasa a aprovação da LDO - decorrente das más relações com o velho Congresso e da ciranda de corrupção na Petrobrás, cumprindo o calendário da operação Lava Jato, executada pela Polícia Federal.

Se o Congresso Nacional não aprovar o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do próximo ano até 31 de dezembro o governo corre o risco de sofrer um "apagão financeiro" em 2015.

Igualmente, o governo pode sofrer um "apagão" na execução das obras de infraestrutura. Como é quase o mundo todo das empreiteiras que está envolvido com o a corrupção na Petrobras, basta que as empresas envolvidas sejam declaradas inidôneas e proibidas de participar de obras públicas, como é da lei, para que o imbróglio se estabeleça.

E a presidenta Dilma Rousseff (PT), na reunião do G-20, na cidade australiana de Brisbane, mostra que ainda não apeou do palanque quando fala sobre a corrupção. No seu jeito pendular, afirmou que o "Brasil mudará para sempre" porque "vai acabar com a impunidade", mas pode moderação no ato de acusar.

O fato é que a Operação Lava Jato se tornou uma bola de neve descendo montanha gelada abaixo e arrastando tudo pelo caminho, enquanto a presidenta, ainda de cima do palanque, apenas pode dizer - não é possível mudar o discurso agora - que seu governo dá um exemplo de como apurar, e não engavetar, o maior caso de corrupção deste país democrático.


E O CEARÁ DE PT DO CLÃ VIVE A
SILENCIOSA DISPUTA DE PODER


Enquanto o governo central tenta se organizar em meio a dificuldades de relacionamento e atos de corrupção, o Ceará vive a síndrome do beiradeiro, em tudo. Até na cobertura jornalística. Matéria piegas sobre a vida do governador eleito, Camilo Santana, e fracas - e obvias -  abordagens na abordagem da disputa do poder em torno no novo ente político maior.

O governador eleito, que já demonstrou sua face caseira, ao indicar seu pai  (Eudoro Santana) como um dos membros da equipe de transição, terá de revelar habilidade recônditas para equilibrar o jogo do poder em torno dele. 

Camilo também já mostrou que tem gratidão pelo clã Gomes, senão como explicar a presença de quatro nomes sem expressão política, mas ligados ao clã, no dito time de transição?

É fato que Camilo Santana vai enfrentar um cenário diferente do que Cid pegou nos seus dois mandatos. O PT nacional já não é tão forte. E, no Ceará, está dividido e na busca de cargo. A própria Assembleia tem uma estrutura de oposição mais forte.

O clã, patrono maior, do inexperiente novo governo, dá uma unhada e esconde a unha. O governador que sai, Cid Gomes (Pros), promete passar uma temporada fora do país, mas isso não significa que deixará tudo nas mãos de Santana. O freio ficará com outros e regulado à distância.

Cenários nacional e local guardam muitas semelhanças e deixam o eleitor/cidadão atônito. O que vai sair disso tudo? De Dilma Rousseff, que se conhece, espera-se muitas dificuldades. E de Camilo Santana, que ensaia passos trôpegos?